Debenturistas da Light estudam pedir vencimento antecipado dos títulos
Debenturistas da Light estudam pedir vencimento antecipado dos títulos, depois que a empresa teve reclassificação para baixo dos ratings pelas agências de classificação de risco. A companhia terá duas assembleias no dia 8 de março para debater o tema, informou a Light ao mercado hoje.
Dois comunicados, um referente à oitava emissão em favor da Light S.E.S.A (distribuidora) e outro sobre a terceira emissão da Light Energia (geradora), convocaram os respectivos debenturistas para a realização das assembleias, às 15 horas, para aprovar ou não “o vencimento antecipado, ou não, das obrigações da Escritura de Emissão, em virtude da ocorrência do Evento de Inadimplemento pela Companhia, relativo aos Rebaixamentos de Rating”.
Em setembro de 2012, a Light S.E.S.A lançou as debêntures da 8ª emissão, no valor de R$ 470 milhões, com rendimento de CDI mais spread de 1,2% ao ano e vencimento em junho de 2026.
Na mesma ocasião, a Light Energia levantou R$ 30 milhões, também remuneradas pelo CDI mais spread de 1,2% ao ano e vencimento em junho de 2026.
No dia 2 de fevereiro, a Fitch rebaixou a classificação da holding Light e da distribuidora Light S.E.S.A. de ‘AA-‘ para ‘CCC’ e na escala internacional, o rating foi rebaixado de ‘BB-‘ para ‘CCC+’. Essa graduação considera elevado risco de calote.
No dia seguinte, a Moody’s reduziu os ratings da holding e da distribuidora de ‘Ba3’ para ‘B3’, seguida pela S&P, que alterou a nota de risco de ‘brA-1+’ para ‘brA-2’.
Com uma dívida líquida de R$ 8,730 bilhões, de acordo com o balanço financeiro do terceiro trimestre de 2022, prazo médio de 2,9 anos para liquidação das dívidas e relação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) de 3,0 vezes, a nova gestão decidiu “revisitar” o plano de combate a perdas, o que na prática representa redução no volume de investimentos na iniciativa.
No fim de janeiro anunciou a contratação da empresa de consultoria Laplace para “para assessorá-la na avaliação de estratégias financeiras que viabilizem a melhoria de sua estrutura de capital e de alternativas para tanto”.
A Laplace é conhecida no mercado por atuar junto a empresas que buscam o caminho da recuperação judicial, como o primeiro processo da Oi. A contratação despertou rumores de que a companhia recorreria à recuperação judicial, o que foi negado, até porque o mecanismo é vedado por lei para concessionárias de serviço público, como é o caso de distribuidoras de energia elétrica.
Em paralelo, a empresa negocia a renovação do contrato de concessão, que vence em 2026, em outras bases, considerando o alto índice de furto de energia em sua área de atuação.
Leia a seguir