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Na ONU Lula diz que ‘fardo da dívida’ limita espaço fiscal e ataca super-ricos
Durante o discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “o fardo da dívida” limita o espaço fiscal para “investir em saúde e educação” em países de baixa e média renda.
O presidente disse que isso passa pelo acesso ao crédito. De acordo com Lula, países de média e baixa renda enfrentam condições “proibitivas” quanto a empréstimos.
Sem citar o Brasil, o chefe do executivo disse que o mundo vive um “Plano Marshall às avessas”, em que “países mais pobres financiam os mais ricos”.
Lula defende participação de países em desenvolvimento
O discurso de Lula na ONU durou cerca de 20 minutos. Além de investimentos em educação e saúde, o presidente comentou que a dívida restringe ações no combate das mudanças climáticas.
Em Nova York, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou a atenção para a “transformação ecológica” como um dos principais atrativos para investimento estrangeiro no Brasil. Haddad está focado em obter um grau de investimento para o Brasil, a pedido de Lula.
Assim, Lula também defendeu maior representação de países em desenvolvimento, como o Brasil, na diretoria do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.
“Países da África tomam empréstimo a taxas até oito vezes maiores do que a Alemanha e quatro vezes maiores que os Estados Unidos”, comentou o presidente em fala na ONU.
“Sem maior participação dos países em desenvolvimento na direção do FMI e do Banco Mundial não haverá mudança efetiva.”
Lula mira ‘super-ricos’ em discurso na ONU
Os “super-ricos” também entraram na mira do presidente do Brasil.
Em discurso na ONU, Lula disse que os super-ricos “pagam proporcionalmente muito menos imposto do que a classe trabalhadora”.
O presidente, assim, defendeu uma adequação do Brasil a padrões internacionais de tributação.
Uma proposta da presidência do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, é favorável a taxar contribuintes com mais de US$ 1 bilhão em patrimônio em 2% ao ano. O G20 é presidido pelo Brasil desde dezembro de 2023.
O grupo de pagadores de imposto bilionários corresponde a 3,6 mil contribuintes no mundo inteiro, de acordo com a proposta.
Caso aprovado, o texto brasileiro e elaborado pelo economista francês Gabriel Zucman prevê a arrecadação de US$ 200 bilhões a US$ 250 bilhões. Isso, no entanto, caso a taxa anual sobre grandes fortunas chegue a 2%.
Por fim, o presidente do Brasil reafirmou o apoio do G20 ao projeto. “Para corrigir essa anomalia, o Brasil tem insistido na cooperação internacional para desenvolver padrões mínimos de tributação global”, disse Lula na ONU.
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