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Lula chama privatização da Eletrobras (ELET3;ELET6) de ‘bandidagem’ e diz que AGU contestará contrato na Justiça
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente nesta terça-feira (7) o processo de privatização da Eletrobras (ELET3;ELET6) e afirmou que, possivelmente, a Advocacia-Geral da União (AGU) irá contestar cláusulas “leoninas” do contrato na Justiça.
Na avaliação de Lula, a privatização foi uma “bandidagem” feita para evitar que o governo federal não voltasse a ter maioria na empresa estatal.
Lula critica participação da União na Eletrobras
“O governo tem 40% das ações [da Eletrobras] e só pode participar na direção [da Eletrobras] como se tivesse 10%. Se amanhã o governo tiver interesse de comprar as ações, as ações para o governo valem três vezes mais do que o valor normal para outro candidato. Ou seja, foi feito quase que uma bandidagem para que o governo não volte a adquirir maioria na Eletrobras. Nós, inclusive, possivelmente o advogado-geral da União vai entrar na Justiça para que a gente possa rever esse contrato leonino contra o governo”, disse Lula.
O presidente falou sobre o assunto durante café da manhã com jornalistas de veículos nativos digitais e da mídia ‘alternativa’.
“[Este contrato de privatização da Eletrobras] é contra o governo tanto na participação acionária — nós queremos ter mais gente na direção, mais gente no conselho — quanto nesse negócio de que você não pode comprar porque você vai pagar três vezes mais caro. Isso é uma coisa irracional, maquiavélica, que não podemos aceitar”, complementou.
Às 17h11, os papéis da Eletrobras registravam queda superior a 3% na bolsa de valores. ELET3, papel ordinário da empresa de energia, despencava 3,74% valendo R$ 36,78. Já ELET6, ações preferenciais, acumulavam baixa de 3,50%, avaliada em R$ 38,87.
Lula: governo vai comprar mais ações da companhia
Neste sentido, o presidente disse que, “se as coisas forem bem”, o governo deve comprar mais ações da Eletrobras para retomar o controle no quadro de diretores.
“Se a gente conseguir fazer a economia crescer e as coisas forem bem e a gente puder comprar mais ações [da Eletrobras], a gente vai comprar. Se ele tem 40%, o governo tem que ter maioria da direção dessa empresa”, explicou.
Lula contou ainda que não conversou com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre o assunto, mas classificou a privatização como um processo de “lesa-pátria”.
Privatização da Eletrobras foi ‘lesa-pátria’
“O que posso dizer é que foi um processo errático, foi um processo leonino contra os interesses do povo brasileiro, foi uma privatização lesa-pátria”, alegou.
Por fim, Lula estendeu sua críticas ao que chamou de “desmonte da Petrobras”.
“Temos muita coisa malfeita. Falei do gasoduto, que é uma coisa absurda ter vendido. O desmonte que a Petrobras está sofrendo”, argumentou.
“Na hora que vira autossuficiente a gente fica exportando 35% de óleo diesel e fica importando 25% de gasolina, coisa que não tem explicação. Brasil vende óleo cru e fica importando derivado, quando na verdade o Brasil deveria estar exportando derivados.”
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