Marisa tem dois pedidos de falência solicitados por credores; dívida soma R$ 709 mil

A Marisa enfrenta uma crise financeira, com renegociação de dívidas em andamento com bancos, após aumento do juros e desaceleração das vendas no setor

Fachada de unidade da Lojas Marisa - Foto: Divulgação
Fachada de unidade da Lojas Marisa - Foto: Divulgação

A rede Marisa, varejista de vestuário, que está em processo de reestruturação de dívidas, teve dois pedidos de falência solicitados por credores. As ações tramitam no Tribunal de Justiça de São Paulo.

O Valor teve acesso a essa documentação e a primeira ação tramita desde o dia 3 de maio na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Capital, no valor de R$ 363,5 mil, requerida pela MGM Comércio de Acessório de Modas.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Nos autos, a MGM informa que foi fechado um acordo de renegociação das dívidas em aberto com a Marisa, mas não “foram adimplidas as devidas parcelas”.

A carta de citação à rede já foi expedida ontem.

O segundo pedido, da fabricante de calçados Oneflip Indústria e Comércio, distribuído também para a 2º Vara de Falências, refere-se a uma dívida de R$ 345,7 mil — a ação tramita no tribunal desde a terça-feira (9).

Procurada, a empresa ainda não se manifestou.

A Marisa enfrenta uma crise financeira, com renegociação de dívidas em andamento com bancos, após aumento do juros e desaceleração das vendas no setor. Segundo balanço do quarto trimestre, a dívida bruta total da varejista era de R$ 875 milhões no fim de 2022.

Em termos de empréstimo e financiamento à Marisa e ao MBank, braço da empresa, eram R$ 470 milhões com vencimento no curto prazo, segundo release da demonstração de resultados.

Por conta do aumento da alavancagem, a varejista precisou renegociar contratos com bancos. A empresa precisa respeitar cláusulas de “covenants” financeiros, que exigem a manutenção da razão entre dívida líquida e Ebitda, que trata do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, em patamar inferior a 3,5 vezes. Como o patamar foi desrespeitado, ela abriu uma negociação com as instituições.

A empresa informa, em notas explicativas de suas demonstrações, que, nesse cenário, precisou renegociar as cláusulas restritivas referentes às notas promissórias com o Banco Safra ainda em 2022. Ainda relata que renegociou as cláusulas referentes a contrato com o Bradesco em 6 de abril de 2023.

Há um plano de reestruturação da operação também já em andamento, com fechamento de 90 lojas com resultado abaixo do esperado (quase 30% da base antes da crise), redução de despesas e busca de receitas extra.

Por Adriana Mattos
A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

Mais em Varejo


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS