BB (BBAS3), Santander (SANB11), Itaú (ITUB4) ou Bradesco (BBDC4)? Veja as melhores ações de bancos para investir

Há meses, o setor financeiro vem andando de lado na bolsa de valores, mas há boas oportunidades para o investidor, dizem os analistas

Agência Banco do Brasil (BBAS3), em São Paulo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters
Agência Banco do Brasil (BBAS3), em São Paulo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O setor bancário na bolsa de valores vem de um trimestre misto. Se, por um lado, algumas companhias do setor apresentaram avanços de lucros e retornos positivos, outras mostraram um avanço na inadimplência, preocupando o mercado. As melhores ações de bancos para investir, segundo especialistas ouvidos pela Inteligência Financeira, são as mais consistentes.

O retorno sobre dividendos também é outro fator que pesa na hora de escolher as ações de bancos que mais valem a pena. E apesar de ser conhecido por ter menor volatilidade, o setor financeiro enfrenta desafios que podem oferecer riscos às ações de Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11).

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Entre as ações de bancos, qual a melhor para investir?

O mercado estabelece que existem quatro grandes bancos de capital aberto no Brasil, chamados de bancões pelos analistas: Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11).

Do lado dos ‘bancões’, alguns analistas de mercado acreditam que o setor está barato como um todo, com bancos comerciais sofrendo devido ao aumento de inadimplência herdado da pandemia. Mesmo assim, existem “pedras” que impedem o setor de “andar na bolsa de valores”.

Há meses, o setor financeiro vem andando de lado na bolsa de valores, diz Pedro Leduc, analista do Itaú BBA. Ele afirma que o mercado aguarda a resolução de recursos no Carf, o fim do JCP e o andar da proposta de limite dos juros do crédito rotativo.

Ações com desconto

Entre os “bancões” o Santander (SANB11) e o Bradesco (BBDC4) estão em situação mais sensível, tendo resultados mal-recebidos pelo mercado no segundo trimestre. Por outro lado, os papéis das duas empresas estão descontados.

O Bradesco (BBDC4) por exemplo, tem um múltiplo de preço da ação sobre lucro líquido (P/L) de quase dez vezes, abaixo da média histórica do indicador para o banco. O papel de Santander (SANB11) possui a mesma taxa de P/L.

Ao mesmo tempo em que os dois bancos surgem como oportunidade na carteira, existem riscos. Phillip Soares, chefe de análise das ações da Órama, explica o motivo:

Existe a percepção de que o retorno à lucratividade tanto para Bradesco quanto para Santander não voltará tão cedo.

Phillip Soares, da Órama

Para o executivo da corretora, o mercado está “demorando para reconhecer as iniciativas” dos bancos para melhorarem seus resultados financeiros.

A carteira de crédito do Bradesco (BBDC4), explica Matheus Nascimento, da Levante, é mais ampla para a pessoa física de baixa renda. Contudo, ele entende que o banco apresenta uma oportunidade de investimento por estar barato. Isto é, para o investidor que “aguenta mais risco” na bolsa.

Bons pagadores de dividendos

Por outro lado, analistas avaliam o Banco do Brasil (BBAS3) como queridinho no setor. É a melhor entre as ações de bancos para se investir, pois privilegia dividendos. A instituição opera com um yield – ou seja, valor distribuído pelo preço da ação – de 10%, aponta Leduc, do Itaú.

O especialista aponta que outra característica mais defensiva do BB é o múltiplo de preço nas ações sobre valor patrimonial. Abaixo de 1, esse indicador demonstra potencial de valorização da companhia; o do Banco do Brasil é de 0,7 vezes. “Onde eu tenho um valor barato com perspectiva de aumento de lucro? BB”, conclui Leduc.

Ao lado do Banco do Brasil (BBAS3), o Itaú (ITUB4) foi um dos bancos que surpreendeu positivamente nos resultados do segundo trimestre. O banco entregou um lucro de R$ 8,74 bilhões, com aumento de 13% ante o trimestre anterior.

A Órama possui posição no Itaú (ITUB4). Mas Soares acredita que o banco “não está tão barato” assim. “Itaú e Banco do Brasil não parecem descontados. O múltiplo está em linha com o histórico dos bancos, especialmente porque os lucros estão muito bons”, diz.

Ações de bancos de investimento: qual vale a pena?

Entre XP (XPBR31), BR Partners (BRBI11) e BTG Pactual (BPAC11), os analistas preferem as ações do banco de André Esteves, ou seja do BTG. O principal argumento é de que o banco de investimentos é mais consistente em seus resultados, pelo momento.

Do mesmo jeito, as ações devem se beneficiar com a queda constante da Selic prevista no Boletim Focus. Sem uma taxa de dois dígitos, o mercado de capitais volta a aquecer, o que estimula a captação via Tesouraria desses bancos.

“Tesouraria é importante porque é parte relevante das operações de mercado, como derivativos, hedge (proteção). A segunda parte está mais ligada a parte de M&As”, pontua Nascimento.

Para Leduc, a força do BTG Pactual está ligada, além da consistência, à administração de recursos. E o BTG vem ganhando espaço neste mercado.

“O exemplo mais claro é compra de escritórios da XP feita pelo BTG durante a pandemia. Agora ele tem fatia relevante do mercado de assessoria”, diz Matheus Sanches, analista da Ticker Research.

Mas parece que as ações de BTG bateram um teto no valor de mercado. Com essa percepção, a Órama, que tinha ações do banco de investimentos, vendeu parte de sua posição neste ano para realizar lucros, informa Phil Soares.

“O BTG atingiu um valor de mercado tão grande que passou a basicamente ser um bancão”, afirma, destacando também que o banco tem um indicador P/VP de três vezes, acima da média do setor.

P/VP é um indicador do mercado financeiro que permite avaliar o preço de uma ação em relação ao valor do patrimônio líquido da empresa.

Quando o P/VP está abaixo 1, significa que a empresa vale em bolsa menos do que o seu patrimônio líquido, o que pode representar oportunidade para o investidor. Já um P/VP mais elevados indica papéis mais valorizados.

Ações de bancos digitais: em qual fintech investir?

Entre as fintechs, analistas se dividem principalmente entre Nubank e o Banco Inter. Ambos, listados na bolsa de valores no exterior, tendem a colher benefícios com a queda dos juros.

A Ticker Research tinha os BDRs de Inter entre suas recomendações de investimento, mas retirou o ativo porque os resultados “têm decepcionado”, segundo Matheus Sanches.

“Apesar de eu ter recomendado (os BDRs), em termos de rentabilidade, Inter está super atrasado em relação ao setor. Só agora está começando a gerar lucro”, frisa.

Por outro lado, entre abril e junho deste ano, o Inter obteve lucro de R$ 64 milhões. O resultado superou o lucro de igual período do ano passado em 313%, recorde desde o IPO (oferta inicial de ações na sigla em inglês) em 2018.

Quanto ao Nubank, Soares e Sanches acreditam que os múltiplos de P/L da companhia continuam esticados, o que significa que o banco não parece estar barato.

Mas o roxinho é um dos “top picks” do Itaú BBA para o terceiro trimestre. Pedro Leduc explica que o ROE projetado é de 20%, em linha com os grandes bancos, e que “não tem nada que deve freá-lo” pela frente.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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