Apesar de resultados expressivos, mercado de trabalho dos EUA dá sinais de enfraquecimento

As revisões sobre os resultados dos últimos três meses trazem um cenário um pouco menos otimista para a economia americano

Rede de fast food nos EUA. Foto: Mike Blake/Reuters
Rede de fast food nos EUA. Foto: Mike Blake/Reuters

Mesmo após o relatório sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos de abril ter registrado uma criação de vagas acima da previsão e a menor taxa de desemprego dos últimos 50 anos, as revisões sobre os resultados dos últimos três meses trazem um cenário um pouco menos otimista para a economia americano.

Os resultados de criação de empregos para fevereiro e março foram revisados para baixo, mudanças que reduziram a média de novas vagas nos últimos três meses para 222 mil. Com esse resultado subtraído das revisões dos resultados de abril, o total de criação de vagas para o 1º trimestre foi de 104 mil, bem abaixo das expectativas.

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“Resumindo, com as revisões para baixo, finalmente temos uma perda de empregos em relação às expectativas depois de tantos meses de surpresas positivas”, disse Peter Boockvar, do The Boock Report.

O esfriamento do mercado de trabalho americano é corroborado por Andrew Hunter, economista da Capital Economics, que vê nas mais recentes revisões uma brecha para que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), deixe de aumentar as taxas de juros do país.

Hunter diz que a revisão dos resultados dos últimos meses colocou o salário médio americano “no nível mais baixo desde janeiro de 2021”. Ele disse também que uma queda nos pedidos de ajuda temporária “continua a sugerir uma desaceleração mais acentuada no crescimento geral de vagas”. Hunter diz que um aumento mensal de 0,5% nos ganhos por hora “não é tão preocupante quanto parece”.

Apesar da tendência de queda, empresas que lidam com o mercado de trabalho ainda veem demanda reprimida no setor, segundo o diretor-executivo da empresa de recrutamento Robert Half, Ryan Sutton, para a “Associated Press” (AP).

Segundo ele, o mercado ainda está favorável para quem busca empregos, já que as empresas estão oferecendo regalias para atrair pessoas que preencham vagas em aberto

“Dar um pouco de flexibilidade de horário para que alguém termine seu trabalho mais tarde ou mais cedo, para que possa cuidar de crianças, familiares e pais idosos – essas são as coisas de que o funcionário moderno precisa”, disse Sutton, segundo a “AP”. “Não oferecer isso e tentar ainda ter um modelo de negócios de 2019, de cinco dias por semana em um escritório – isso o colocará em desvantagem”.

Por Pedro Borg

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