Mineradoras e siderúrgicas ganham caixa com commodities, mas sofrem com custos

Dinheiro adicional deve ser usado para empresas investirem em crescimento

Bradespar tem participação na Vale - Foto de uma unidade da mineradora por Claudio Belli/Valor
Bradespar tem participação na Vale - Foto de uma unidade da mineradora por Claudio Belli/Valor

A disparada nos preços do minério de ferro e do aço por conta do conflito entre Rússia e Ucrânia vai elevar o já robusto fluxo de caixa das mineradoras da América Latina, mas alta nos custos com combustíveis e insumos vão mitigar parte dos efeitos positivos, diz a Fitch Ratings. Os analistas Hector Collantes, Saverio Minervini e Carla Norfleet Taylor informam que o dinheiro adicional será utilizado para dar mais flexibilidade às empresas, fortalecendo seus balanços e investindo em crescimento.

“A alocação de capital é um ponto importante para a maior parte dos emissores, uma vez que a alta lucratividade em 2021 e a escassez de projetos os deixa usar o excesso de fluxo de caixa para reduzir a dívida bruta”, comentam.

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Mineradoras brasileiras

A agência de avaliação de riscos não espera que mineradoras brasileiras aumentem sua produção para cobrir a escassez de oferta da commodity, destacando que a redução na Rússia e Ucrânia é de minério e pelotas de qualidade inferior à produzida aqui. “Produção similar existe na América Latina, mas as produtoras locais têm pouca flexibilidade no curto prazo, elevando o prêmio do minério e de pelotas”, ponderam. Isso vai beneficiar as operações de Vale, Usiminas e CSN.

Preço do petróleo afeta o caixa das mineradoras

No entanto, a Fitch destaca que maiores custos com energia e insumo vão limitar os benefícios da alta do minério e do aço. A agência destaca que o petróleo afeta diretamente o custo caixa de mineradoras, enquanto o carvão usado na produção do aço também está em alta.

“Maiores preços do minério são refletidos em duas ou três semanas nos custos de produção, após o estoque cair, enquanto os preços do carvão demoram mais a ser absorvidos, com estoques durando entre quatro a seis meses”, ponderam os analistas.

Do Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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