Morning call: mercado de olho na inflação oficial, nas tarifas de Trump e no consignado privado
Decisão dos Estados Unidos de taxar o aço e alumínio do Brasil deve repercutir no mercado. Confira no morning call

A quarta-feira (12) é o dia mais importante da semana em termos de agenda econômica. Não à toa. Hoje o IBGE divulga a taxa de inflação de fevereiro. É o IPCA, considerado o índice oficial. Além disso, o morning call destaca também a divulgação de outra inflação, a dos Estados Unidos.
Por fim, mas não menos importante, vale citar o anúncio das regras do crédito consignado privado. O programa se chama Crédito do Trabalhador e será oficializado a partir das 11h. As medidas são aguardadas pois indicam parte da agenda positiva que o Palácio do Planalto tenta emplacar – inclusive como parte de uma estratégia para frear a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Na fila de medidas está também o envio para o Congresso Nacional da reforma da renda, com aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda. O mercado segue atento ao que ocorre em Brasília.
Morning call: e a inflação de fevereiro
O dado de inflação é esperado menos pelo que ele vai mostrar em si e mais pelo que o índice sinalizará ao Banco Central. A próxima semana, afinal, é de reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom.
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O próprio Copom já sinalizou que aplicará mais um aumento de um ponto percentual na taxa de juros básica da economia, a Selic.
Então, a taxa pula na semana que vem de 13,25% para 14,25% ao ano; Mas uma inflação fora de escopo pode colocar um pouco de pimenta – ou pelo menos um molho de pimenta – no encontro da autoridade monetária.
O mercado também vai repercutir a decisão de Donald Trump da terça-feira à noite. Os Estados Unidos confirmaram a tarifa de 25% sobre todas as exportações de aço e alumínio. A medida passa a valer a partir desta quarta-feira. E vai certamente afetar empresas listadas na bolsa de valores.
Saiba como fechou o mercado na terça-feira
A política tarifária não linear do presidente americano, Donald Trump, voltou a adicionar volatilidade em um novo dia de estresse nos mercados globais com investidores temerosos com a perspectiva de desaceleração mais prolongada da economia americana. O Ibovespa não conseguiu escapar da piora vista lá fora e recuou 0,81%, aos 123.507 pontos.
Depois de bater os 122.636 pontos, na mínima do dia, o índice reduziu as perdas durante a tarde, com a notícia de que a Ucrânia concordou com um acordo proposto pelos Estados Unidos para um cessar-fogo de 30 dias na guerra do país contra a Rússia. Na máxima intradiária, o Ibovespa chegou aos 124.625 pontos.
Hoje, Trump voltou a elevar o sentimento de cautela entre agentes financeiros. Pela manhã, o líder republicano disse que iria colocar uma tarifa adicional de 25% sobre todo o aço e alumínio importados do Canadá para os EUA, o que elevaria o percentual total para 50%. Horas depois, o presidente afirmou que “provavelmente” reduzirá as tarifas sobre os canadenses depois que Ontario suspendeu a sobretaxa sobre exportações de eletricidade para os Estados Unidos.
Entre as ações de blue chips, os papéis da Vale foram destaque de alta, com um avanço de 0,83%, na contramão da leve queda registrada pelos preços do minério de ferro. Já as ações da Petrobras tiveram perdas: as PN recuaram 1,50%, enquanto as ON cederam 2,06%.
O volume financeiro do índice na sessão foi de R$ 14,2 bilhões e de R$ 19,3 bilhões na B3. Em Wall Street, o movimento foi novamente mais negativo: o Dow Jones recuou 1,14%; o S&P 500 recuou 0,76%; e o Nasdaq cedeu 0,18%.
Com informações do Valor Econômico