A sexta-feira nos mercados será marcada pela informação que o mercado mais aguarda nos últimos dias, o relatório de empregos não-agrícola dos Estados Unidos – payroll – que será um referencial para o Federal Reserve e sua política monetária, assim como para os investidores, que montarão suas posições com base nesses dados.
Após a promessa do presidente do Fed, Jerome Powell, de um aperto monetário mais rígido, o mercado aguarda ansioso esses dados – além do índice de preços ao consumidor (CPI), na próxima terça-feira (14) – para balizar suas expectativas para a próxima decisão de juros do FOMC, em 22 de março.
Junto dos dados de criação de emprego, o departamento do trabalho também irá divulgar os números de ganhos salariais e a taxa de desemprego, que estava em 3,4% em janeiro. Ganhos de salário e queda no desemprego também fomentam pressão inflacionária, que o Fed tenta combater elevando os juros.
Na manhã de ontem, os pedidos de seguro-desemprego vieram acima das expectativas, dando alguma esperança de arrefecimento no mercado de trabalho. Pode ser resultado do esforço do Fed em forçar uma recessão econômica.
Os dados de hoje podem confirmar essa tese. Caso haja frustração, sobem as chances de ser acelerada a alta dos juros, conforme cogitado pela autoridade monetária dos Estados Unidos.
Segundo analistas, o mercado de trabalho deve enfraquecer nos EUA, mas não o suficiente para mudar a perspectiva de Fed agressivo e juros altos por mais tempo.
Brasil
Das 9h às 13h, o presidente Lula participa de reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do Desenrola, arcabouço fiscal e outros temas
Às 19h, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai conceder entrevista ao vivo à CNN, em São Paulo.
Agenda dos indicadores
Mais cedo, às 9h, o IBGE divulgou que o índice de inflação medido pelo IPCA ficou em 0,84% em fevereiro, acima da projeção do mercado, que previa alta de 0,78%.
Assim como o payroll é um balizador para o Fed, aqui no Brasil, o IPCA serve de parâmetro para o Copom definir a taxa básica de juros (Selic), na reunião do próximo dia 22 deste mês.
No Reino Unido o dado mais importante será o PIB de janeiro, com projeção de queda de 0,5% na comparação com dezembro, além dos dados de produção industrial de janeiro (projeção de alta de 0,3%) e da balança comercial de janeiro.
Na Alemanha a inflação ao consumidor de fevereiro deverá mostrar uma alta acumulada de 8,7% de carestia nos últimos 12 meses.
Nos Estados Unidos, às 10h30, como já falamos anteriormente, o departamento de trabalho do país divulga seu relatório de empregos não-agrícola, o Payroll, com projeção de criação de 200 mil empregos.
No último mês, o país criou 517 mil empregos, muito acima das projeções de 197 mil.
O departamento de trabalho também vai divulgar a taxa de desemprego do mês de fevereiro. Em janeiro o índice ficou em 3,4%. O salário médio por hora do mês de janeiro também aumentou 0,3% ante dezembro.
Balanços do dia
Embraer, antes da abertura das negociações na B3.
Mercado ontem
O Ibovespa aprofundou as perdas na hora final do pregão e fechou em queda de 1,40%, aos 105.053 pontos, com os investidores tomando posições mais defensivas diante do payroll. O mesmo movimento foi observado nas bolsas americanas.
Um pouco mais cedo, o dólar havia fechado em alta de 0,04% ante o real, negociado a R$ 5,1411.
Em Nova York, após um limitado apetite por risco no começo da sessão, os mercados voltaram a ficar negativos à medida que a leitura payroll se aproximava. O índice Dow Jones fechou em queda de 1,66%, o S&P 500 recuou 1,85% e o Nasdaq cedeu 2,05%.