IF Hoje: Mercado repercute inflação nos EUA, Campos Neto e balanço do BB (BBAS3)

Lá fora tem também o PIB da União Europeia de 2022 e inflação na Argentina

Painel da Bolsa de Valores, a B3. Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Painel da Bolsa de Valores, a B3. Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O mercado terá nesta terça-feira (14) um dia mais agitado do que viu ontem, dado o número de eventos e dados importantes que foram ou que serão divulgados. Lá fora os investidores esperam os dados da inflação ao consumidor dos Estados Unidos, às 10h (Brasília), que pode dar um tom sobre o que esperar do Federal Reserve nas próximas reuniões de juros.

No lado corporativo, é preciso destacar o balanço do Banco do Brasil (BBAS3) reportado na noite de ontem, com lucro líquido recorde de R$ 31,8 bilhões em 2022 e de R$ 9 bilhões no 4º trimestre. O banco também divulgou seu guidance com projeções apontando uma desaceleração em seus números no ano de 2023. Todos atentos a como o mercado irá reagir a esses dados.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

No varejo, o Carrefour Brasil (CRFB3) também divulgou seus números, com lucro líquido ajustado de R$ 550 milhões no quarto trimestre, queda de 28% em relação ao mesmo intervalo de 2021. Segundo o grupo, a queda refletiu as maiores despesas financeiras, relacionadas ao maior nível de endividamento e maiores taxa de juros.

Ao final do dia de hoje, os olhos estarão voltados para o site de RI do cartão roxinho. O Nubank (NUBR33) irá divulgar seu balanço do quarto trimestre, com uma expectativa otimista do mercado.

Campos Neto

Os agentes financeiros também repercutirão a entrevista do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de ontem, na qual ele buscou diminuir as tensões com o governo e colocar sua perspectiva de considerar um arriscado mexer na meta de inflação, além de fazer acenos ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo o economista Andre Perfeito, da Necton Investimentos, o clima foi no geral de criar pontes.

“Foi claro em manter sua posição de defensor do Sistema de Metas, mas também apontou que há suavizações possíveis na condução da taxa Selic. A questão, segundo Campos Neto – e que concordo, não é a Selic em si, mas a curva de juros como um todo. É absolutamente pueril baixar a taxa básica se o efeito for elevar juros mais longos, afinal o Tesouro se financia em prazos mais longos”, completou Perfeito.

Para o economista, o presidente do BC sinalizou claramente querer trabalhar “próximo” do governo. “De maneira geral vejo como positiva a entrevista e reforça duas tendências, a saber: primeira, o Real pode se apreciar nos próximos dias, e, a curva de juros deve retroceder com o fim do conflito Planalto vs BCB”, completou.

Ainda há muito o que se discutir, mas Campos Neto atingiu seus objetivos centrais com esta entrevista.

Ontem, antes da entrevista, o mercado deu uma aliviada nas tensões diante da notícia de que o governo Lula e o Banco Central irão adiar as conversas sobre um possível aumento da meta da inflação para depois que o governo apresentar sua proposta de novo arcabouço fiscal.

Hoje, às 10h, Lula e Haddad têm encontro no Palácio do Planalto para discussão da meta de inflação, segundo a jornalista Julia Duailibi, no G1. O tema poderá entrar na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). Campos Neto disse ontem que o voto do BC seria contra a mudança.

Lula

De volta ao Brasil, Lula inicia uma maratona de agendas populares, que incluem desde a visita de catadores de lixo ao Planalto até a retomada de programas sociais que foram vitrines de administrações anteriores do PT.

Na Bahia, Lula vai relançar o Minha Casa Minha Vida, programa de habitações populares que ele mesmo lançou e foi modificado nos últimos anos. Em seguida, vai a outros Estados para inaugurar obras e prometer outras, sempre mirando a infraestrutura.

Na economia, os anúncios positivos devem ficar para depois do Carnaval. Programa de renegociação de dívidas, reajuste da tabela do Imposto de Renda para quem ganha menos e um novo valor para o salário mínimo.

Agenda de indicadores

Dados importantes saem logo cedinho. Às 7h a União Europeia divulgou seu PIB do 4º trimestre e do consolidado de 2022.  A leitura preliminar indica que a atividade econômica no bloco europeu cresceu 0,1% no período e 1,9% na base anual. Os dois resultados vieram dentro do esperado pelo mercado.

Um pouco antes, às 4h30, teve taxa de desemprego na França e o relatório de empregos no Reino Unido. A taxa na França no 4T2022 caiu 0,1 ponto, para 7,2%; enquanto permaneceu inalterada em 3,7% no Reino Unido.

Nos Estados Unidos, às 10h, teve a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor de janeiro e do acumulado de 12 meses. Esse é um dos indicadores mais aguardados da semana. O Índice subiu 0,5% em janeiro de 2023 na comparação com dezembro de 2022. Na base anual, a alta foi de 6,4%.

O núcleo da inflação– medida preferida pelo Fed para tomar decisões de política monetária, pois exclui preços controlados como combustíveis e energia – subiu 0,4% em janeiro. Entre as categorias que subiram estão moradia, seguro de automóveis, lazer, vestuário e mobiliário.

O resultado ficou em linha com o que o mercado projetava para o núcleo do IPC, mas superou a projeção de IPC total que era esperado em 6,2%.

Lembrando que a meta de inflação do Fed é de 2% ao ano.

Às 10h30, saem os dados de vendas no varejo americano.

Ainda nos Estados Unidos, às 13h começam os discursos dos dirigentes do Fed, Lorie Logan e John Williams, que podem comentar os dados da inflação.

Às 18h30 tem dados dos estoques de Petróleo API (Instituto Americano do Petróleo).

Na vizinha Argentina, às 16h, sairão os dados de inflação ao consumidor (IPC).

Entre os balanços do dia, os destaques estão nas listadas fora. Coca-Cola antes da abertura e o banco digital Nubank depois.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


VER MAIS NOTÍCIAS