IF Hoje: mercado estará de olho em Davos, PIB da China e novidades na Americanas

Calendário ainda tem feriado nos EUA, Livro Bege e desemprego no Brasil

Analista avalia movimento dos ativos na tela do computador - Foto: Divulgação
Analista avalia movimento dos ativos na tela do computador - Foto: Divulgação

A semana que passou foi caótica para o noticiário econômico brasileiro.

Começou com os atentados golpistas no dia 8, passando pela reação do governo e das instituições democráticas nos dias posteriores, até chegar ao final do dia 11, quando a Americanas soltou uma bomba em formato de fato relevante, anunciando rombo contábil de R$ 20 bilhões e a saída do recém-empossado CEO, Sérgio Rial.

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Na sexta-feira (13), após o fechamento do mercado de ações, o jornalista Lauro Jardim, de O Globo, publicou que a Americanas declarou à Justiça uma dívida de R$ 40 bilhões e que irá pedir recuperação judicial.

Segundo a publicação, o juiz da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Paulo Assed, concedeu uma medida de tutela de emergência, e deu prazo de 30 dias para a Americanas avaliar se pede, ou não, recuperação judicial.

A medida suspende qualquer ação de penhora, bloqueio ou sequestro de bens da empresa, e adia a obrigação de pagamento de dívidas até a data do pedido de recuperação judicial.

Apesar da montanha russa de emoções, os indicadores econômicos cooperaram e saíram como eram esperados, inflação brasileira e americana em linha com consenso, e o anúncio do pacote de medidas fiscais do governo dentro do que o mercado projetava.

O Ibovespa fechou a semana com ganhos de quase 2% e o dólar em queda de 2,50%.

A apresentação do pacote de Fernando Haddad, inclusive, rendeu elogios de economistas de grandes bancos.

O economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, secretário do Tesouro de Michel Temer e da equipe de Paulo Guedes, elogiou o pacote, ao lembrar que se pode reduzir à menos da metade o déficit primário de 2023.

Joaquim Levy, do banco Safra, com cargos nos governos Lula, Dilma e Bolsonaro, disse que a nova gestão deu sinalizações positivas no médio prazo com a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal.

Semana nova, questões velhas

A partir desta segunda-feira (16) começaremos uma nova história, mas ainda com as questões do passado no radar.

O mercado certamente estará de olho nas repercussões e mandados de prisão expedidos por conta dos atos golpistas, e também nos desdobramentos do caso Americanas – especialistas já falam em possível crime de insider trading.

A segunda será um dia de menor liquidez nos mercados pois será feriado nos Estados Unidos, em comemoração ao dia do pastor e ativista político Martin Luther King Jr, mas ainda assim haverá grande movimentação no noticiário econômico.

Na Suíça, começa o Fórum Econômico Mundial, em um resort de esqui na cidade de Davos, reunindo mais de 2500 participantes de todo o mundo, com o Brasil representado por Fernando Haddad e Marina Silva. O país terá a oportunidade de falar ao mundo suas propostas e medidas para combater o desmatamento na Amazônia e onde o novo governo quer chegar.

Ainda na segunda, teremos o Boletim Focus, do Banco Central, às 8h30, e os dados da economia da China, à noite, dado o fuso horário. No gigante asiático serão divulgados os números do PIB de dezembro, trimestral e anual, além dos dados de vendas no varejo do mesmo período, de produção industrial e da taxa de desemprego.

Terça-feira (17)

No Brasil, às 10h, a Fundação Getúlio Vargas divulga o IGP-10 de janeiro, com a prévia da inflação, medida nos 10 primeiros dias do mês. O indicador serve como parâmetro para o mercado avaliar o comportamento dos preços.

Na Europa, o Reino Unido divulga dados de inflação ao consumidor (IPC) e ao produtor (IPP), além da taxa de desemprego no país. Alemanha e Itália também divulgarão, todos pela manhã, seus índices de inflação ao consumidor.

Nos Estados Unidos o mercado volta do feriado com um volume acumulado de negociações. Será divulgado também o Índice Empire State de Atividade industrial de janeiro, com projeção de queda de 8,70% pelo mercado. Haverá também discurso de John Williams, membro do Comitê Oficial de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês).

Quarta-feira (18)

Já de madrugada o Banco do Japão anuncia sua decisão de política monetária e talvez uma nova taxa de juros. Na última semana o mercado redobrou suas apostas em outra medida restritiva do BOJ após anúncio de que o banco central japonês iria revisar os “efeitos colaterais” de sua política “ultradovish” na próxima reunião.

Na zona do euro haverá índice de preço ao consumidor anual e de dezembro. Nos Estados Unidos, Vendas no Varejo de dezembro e anual, inflação ao produtor (IPP), índice de produção industrial, divulgação do Livro Bege e discurso do membro do FOMC, Patrick Harker.

O Livro Bege é um relatório sobre como estão as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do Federal Reserve, cobrindo todo o território dos EUA. Sua leitura oferece uma visão da evolução económica e dos desafios dos EUA, e divulgado 8 vezes por ano, duas semanas antes de cada reunião do FOMC, e é utilizado pelo comitê em sua decisão sobre as taxas de juros.

Quinta-feira (19)

No Brasil, às 9h, o IBGE divulga a taxa de desemprego. Na última medição, até o fim de outubro, o número era de 8,3% de desempregados, segundo a pesquisa Pnad Contínua, no menor nível desde 2015.

Nos EUA, às 10h30, os pedidos de seguro desemprego, relatório de empregos pelo Fed Filadélfia, às 13h divulgação dos estoques de petróleo e de gás natura, produção de óleo e gasolina.

Sexta-feira (20)

Nos EUA, os investidores buscam pistas sobre a reunião de FOMC ouvindo os discursos do presidente da representação do Fed na Filadélfia, Patrick Harker, e de Christopher Weller, também membro do FOMC.

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