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IF Hoje: Mercado trabalha à espera do plano fiscal do governo, taxas de juros e de olho na movimentação do setor financeiro
O mercado acorda nesta segunda-feira já de olho no Boletim Focus, do Banco Central, que deve mostrar uma nova piora na expectativa dos agentes do mercado diante da situação macroeconômica no país. No exterior, a compra do Credit Suisse pelo UBS deve trazer um alívio ao setor bancário.
No entanto, mesmo diante desses indicadores, o foco continua sendo a espera pela divulgação do texto do novo arcabouço fiscal, prometido pelo governo para esta semana, antes da viagem de Lula à China. A partir do texto, o mercado terá uma clareza sobre como será o comportamento do novo governo nas questões de endividamento e preocupação com inflação.
Espera-se também que o texto seja divulgado antes da reunião de política monetária do Copom, na terça e quarta-feira, para que possa ter alguma influência sobre a decisão do Banco Central na taxa de juros.
Mas é improvável que aconteça. A expectativa dos agentes do mercado é de que o Copom mantenha inalterada a taxa em 13,75% ao ano, mas que sinalize, no comunicado, a intenção de realizar cortes em reuniões futuras.
Credit Suisse comprado
Em crise por má gestão e quase quebrado – foi salvo pelo BC suíço – o Credit Suisse foi comprado pelo concorrente UBS por US$ 3,2 bilhões. O anúncio foi feito neste domingo (19), e irá criar um gestor de patrimônio global com US$ 5 trilhões em ativos investidos em todo o grupo.
O UBS já indicou, nas primeiras manifestações após a aquisição, que encolherá drasticamente o banco de investimentos do Credit Suisse. A estratégia vai fazer com que a entidade combinada não represente mais do que um terço do grupo resultante da fusão, disseram fontes ao Financial Times.
Agenda de indicadores
No Brasil, o Banco Central divulga o Boletim Focus às 8h25.
União Europeia divulga sua balança comercial de janeiro, às 7h.
Alemanha reporta seu índice de preços ao produtor (IPP) de fevereiro e acumulado de 12 meses, com projeção de queda de 1,6% no mês e avanço de 16,4% nos últimos 12 meses.
México divulga indicador de vendas no varejo de janeiro, com projeção de alta de 3,2% no acumulado dos últimos 12 meses.
À noite tem balança comercial da Nova Zelândia.
Mercado na última semana
Na semana que passou, os mercados brasileiros – e exteriores também – apanharam feio diante de duas crises bancárias que elevaram a desconfiança dos investidores no sistema e gerou risco sistêmico na rede financeira.
A quebra do SVB e do Signature Bank, na sexta-feira anterior (10), fez o Federal Reserve, o FDIC e a Secretaria do Tesouro dos EUA emitirem uma nota no domingo (12), dizendo que garantiriam o dinheiro dos depositantes e que o sistema financeiro do país era forte. Esse foi o tom do início da semana, de desconfiança.
Quando a confiança parecia retornar, eis que o Credit Suisse volta a jogar lenha na fogueira, com risco de quebra e desconfiança de todo o sistema, fazendo desabar suas ações e as bolsas europeias, e consequentemente, de todo o globo.
Novamente, após o banco central da Suíça garantir liquidez ao banco, os mercados deram uma aliviada. Na sexta, no entanto, o clima voltou a pesar e os principais índices do mundo fecharam no negativo.
No acumulado da semana, após muitos altos e baixos, as ações do Credit Suisse perderam 25,6% de valor na bolsa de Zurique, negociando a 1,86 francos suíços.
O Ibovespa acumulou perdas de 1,43% na semana, enquanto o dólar avançou 1,34% no período, com muita oscilação nos últimos cinco dias.
A crise também derrubou o petróleo. O Brent – utilizado como referência de preço para a Petrobras – fechou em queda acumulada de 12,45% na semana, negociado a US$ 72,97 o barril.
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