IF Hoje: Negociações para novo arcabouço fiscal ditam rumos de ações e juros
Haddad e Rui Costa discutem plano fiscal, mas palavra final será de Lula
Nesta terça-feira, o investidor acompanha as negociações para se chegar a proposta final do novo arcabouço fiscal e o início da reunião de juros do Comitê de Política Monetária (Copom). Para entender o que está em jogo na discussão da regra fiscal, confira a análise de Barbara Baião, do Jota.
Os investidores ficaram um tanto receosos ontem, após o presidente Lula pedir ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que fizesse mais uma rodada de negociações com ministros e líderes partidários do Congresso, para que o texto fosse melhor negociado e contemplasse mais grupos de interesses.
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O fato é que é impossível atender todo mundo. Senão não precisaria de regra fiscal.
No noticiário de ontem foi muito falado sobre a divergência entre alas do governo – como é usual em todo governo democrático – com a parte da economia sendo pressionada pela parte social para que se abra espaço no Orçamento para mais investimentos.
Apesar de tudo isso, a palavra final será do presidente Lula, que vem tentando equilibrar os interesses de sua base eleitoral, do Congresso e ainda acenar ao mercado (apesar das críticas feitas por ele). Lula deve dar um “ok” definitivo ainda nesta semana, antes de viajar para a china, no dia 24, com uma comitiva de mais de 250 pessoas.
Véspera de ‘Super Quarta’
Como é terça-feira, véspera da “Super Quarta”, dia de decisão de juros nos Estados Unidos e no Brasil, é hoje que se iniciam as reuniões dos dois comitês de política monetária.
Por aqui, sem um sinal do governo sobre a regra fiscal, o mercado já precifica a manutenção da taxa Selic em 13,75% e um aceno para possível corte futuro sinalizado no comunicado, que é divulgado junto da decisão.
Nos EUA, apesar do foco ser uma possível pausa no aumento dos juros, existe outra discussão que irá chamar atenção na quarta-feira, sobre o que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) irá fazer com sua carteira de títulos do Tesouro.
A turbulência no setor bancário e o aumento nas pressões de empréstimos, deixou os mercados atentos ao que o Fed dirá sobre seu balanço de US$ 8,6 trilhões.
Até este mês, o estoque de Treasuries vinha diminuindo, mas agora começou a se expandir novamente, à medida que o banco central americano atua para fortalecer o sistema bancário com empréstimos de emergência.
Credit Suisse
A história ainda não acabou e também não teve final feliz, mas pelo menos foi evitada a quebra do segundo maior banco da Suíça e consequentemente uma crise financeira mundial.
Feriados
Hoje é feriado no Japão (Equinócio da Primavera) e na África do Sul (Dia dos Direitos Humanos).
Indicadores
Alemanha tem inflação ao consumidor (IPC) de março e de 12 meses, com projeção de avanço de 0,8% em março e 8,8% nos 12 meses acumulados.
No Reino Unido, pela madrugada, serão divulgados os dados de licenciamento de veículos de fevereiro e do ano, além da dívida líquida do setor público de fevereiro.
Itália, Alemanha e França também reportam seus dados de licenciamentos de veículos.
Suíça divulga sua balança comercial de fevereiro.
Canadá vai divulgar seu índice de preços ao consumidor (IPC) de fevereiro, anual e seus núcleos. O mercado projeta elevação de 0,7% em fevereiro e 6,1% no ano.
Nos Estados Unidos, destaque para o relatório de estoque, produção e venda de petróleo bruto e seus derivados, às 11h30.
Às 16h a Argentina divulga sua balança comercial de fevereiro.
Balanços de hoje
Itaúsa, holding de investimentos do Itaú, pela manhã.
Nos Estados Unidos, a Nike reporta seus resultados e, no Brasil, Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) e a segunda maior produtora de alimentos do mundo, JBS, após o encerramento das negociações nas bolsas.
Mercado ontem
Ontem os mercados do mundo tiveram um dia de respiro após os anúncios de salvamento do Credit Suisse (comprado pelo UBS) e dos bancos centrais de Estados Unidos, Europa e Japão anunciando que garantirão liquidez ao sistema bancário.
A exceção foi a bolsa brasileira.
Por aqui, diante da cautela dos investidores com o texto do novo arcabouço fiscal, o Ibovespa fechou em queda de 1,04%, a 100.923 pontos, próximo de romper o suporte de 100 mil.
O dólar seguiu o exterior e fechou em queda de 0,52%, a R$ 5,24.
Em Wall Street, os três principais índices fecharam em firme em alta. Dow Jones subiu 1,20%, S&P500 avançou 0,89% e o Nasdaq 0,39%.
O petróleo Brent – utilizado como referência pela Petrobras para sua política de preços – fechou em alta de 1,06%, a US$ 73,54 o barril com entrega para maio.