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IF Hoje: Inflação do IPCA-15 e INCC nesta manhã podem forçar Copom a emitir um sinal na decisão de juros
Diante do aquecimento da temporada de balanços o noticiário corporativo vai seguir ganhando destaque nos mercados nesta quarta-feira (26) e nos próximos dias. Mas antes disso, os dados de inflação de hoje no Brasil (IPCA-15 e INCC), somado ao PCE nos Estados Unidos na sexta (28) também deverão pressionar bolsas e mercados de juros.
Weg, Vale e Meta são as grandes empresas a terem seus resultados do primeiro trimestre divulgados hoje. A maior expectativa, mais que os números em si, é o que eles dirão ao BC e ao Fed à respeito de suas políticas contracionistas nos juros.
O que tem mais poder de impactar o Copom da próxima quarta (3) é o IPCA-15, que vai trazer os resultados da medição de abril da alta dos preços nos primeiros 15 dias do mês.
Se o dado mostrar um recuo ante março, pode explicitar uma tendência de desinflação e pressionar o comitê a – se não iniciar corte de juro – ao menos indicar algum viés de queda no comunicado.
Em análise enviada a pedido do IF, o economista-chefe da BGC Liquidez, Juliano Ferreira, apontou que expectativa da casa para o IPCA-15 está em 0,63%.
Nesta leitura o destaque será a desaceleração nas altas do preços da gasolina e energia elétrica, que sofreram reoneração de impostos federais em março e que agora está começando a se dissipar estatisticamente. Esse movimento continua até o final do mês.
Por outro lado, em abril será avaliado o aumento dos preços de medicamentos, anunciado no final de março.
“O primeiro mais do que compensa o segundo e, por isso, teremos uma desaceleração da inflação do IPCA-15 de março para este número agora”, afirmou Juliano Ferreira, economista-chefe da BGC.
Ferreira também afirmou não esperar uma pausa ou descontinuidade da evolução positiva nos indicadores qualitativos, como inflação de serviços subjacentes e média dos núcleos, seguindo tendência das últimas três leituras de IPCA.
No lado da Atividade, Caged e Pnad contínua devem ser bem influentes, pois podem trazer uma tendência cada vez mais consolidada de crescimento ao redor de 1.00%/1.50% em 2023.
Ressalta-se a importância monitorar a evolução da renda real dos trabalhadores.
Agenda
Brasil tem divulgação do IPCA-15, com dados de inflação dos 15 primeiros dias de abril no país, medido pelo IBGE e com previsão de queda.
A FGV reporta, às 8h, a o índice nacional do custo da construção (INCC-M) referente a abril.
As projeções da inflação são de desaceleração de 0,06% em um ano, para 5,30%.
Na Alemanha tem pesquisa Clima do Consumidor, da GfK.
França divulga a pesquisa sobre a confiança do consumidor de abril.
Reino Unido tem pesquisa CBI sobre Varejo e Distribuição em abril.
Nos Estados Unidos, os principais do dia são os Índices de Compras e de hipotecas referentes ao mercado imobiliário, pelo instituto MBA.
Cingapura divulga sua taxa de desemprego, que atualmente é de 2%
Balanços do dia
Vale (VALE3) e WEG (WEGE3) divulgam seus resultados financeiros do primeiro trimestre, sendo que Weg irá disponibilizar os dados antes da abertura do pregão e a Vale após o fechamento.
Nos Estados Unidos, espera-se pelo balanço da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, após o fechamento do mercado lá, 17h aqui.
Mercado ontem
O Ibovespa fechou novamente em queda no pregão desta terça-feira (25) com investidores digerindo as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na CAE do Senado, enquanto a temporada de balanços no Brasil e nos EUA, além dos dados do comércio seguiram no radar.
O principal índice acionário da bolsa brasileira fechou em queda de 0,70%, aos 103.221 pontos enquanto o dólar fechou em alta de 0,0,46% ante o real, negociado a R$ 5,0641 na B3 .
RCN
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou de audiência no Comitê de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal para explicar a manutenção da taxa Selic em 13,75%.
Neto disse que há 14 semanas consecutivas a autoridade monetária vê “piora das expectativas de inflação”, tanto nas projeções de analistas quanto do mercado.
Em evento na sexta-feira (21), Campos Neto disse que “o anseio pela queda de juros é político, mas nosso trabalho é técnico”.
Vendas de casas nos EUA
Um dos principais termômetros do setor imobiliário nos EUA. O número de vendas de casas novas em março foi de 683 mil, acima da expectativa do mercado de 650 mil.
Na semana passada, tivemos também o resultado de venda de casas usadas referente a março. O número veio em 4,44 milhões, abaixo do esperado pelos analistas de 4,5 milhões.
A negociação de casas usadas vem sofrendo queda desde janeiro do ano passado, quando estava em 6,5 milhões. Uma das explicações para essa sequência de quedas dos últimos meses é o aumento dos juros nos EUA, que saiu da faixa de 0%-0,25% em fevereiro de 2022 para 4,75%-5% atualmente.
Com a taxa mais alta, fica mais caro para os americanos financiarem a compra de suas casas, reduzindo as compras e vendas do setor. Além disso, a poupança deles também diminuiu, saindo de um pico de 26,3% da renda ao final de 2021, para 4,6% atualmente, o que reduz a sobra financeira para pagamento das parcelas.
“Com esses indicadores, é possível ter uma estimativa do quão quente ainda está a situação financeira dos americanos, dado o impacto da movimentação de dinheiro e crédito para a negociação das moradias”, afirmou Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad.
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