IF Hoje: Inflação do IPCA-15 e INCC nesta manhã podem forçar Copom a emitir um sinal na decisão de juros

Destaque também para os balanços de empresas importantes, como Weg, Vale e para a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, nos Estados Unidos

(Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo)
(Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo)

Diante do aquecimento da temporada de balanços o noticiário corporativo vai seguir ganhando destaque nos mercados nesta quarta-feira (26) e nos próximos dias. Mas antes disso, os dados de inflação de hoje no Brasil (IPCA-15 e INCC), somado ao PCE nos Estados Unidos na sexta (28) também deverão pressionar bolsas e mercados de juros.

Weg, Vale e Meta são as grandes empresas a terem seus resultados do primeiro trimestre divulgados hoje. A maior expectativa, mais que os números em si, é o que eles dirão ao BC e ao Fed à respeito de suas políticas contracionistas nos juros.

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O que tem mais poder de impactar o Copom da próxima quarta (3) é o IPCA-15, que vai trazer os resultados da medição de abril da alta dos preços nos primeiros 15 dias do mês.

Se o dado mostrar um recuo ante março, pode explicitar uma tendência de desinflação e pressionar o comitê a – se não iniciar corte de juro – ao menos indicar algum viés de queda no comunicado.

Últimas em Morning Call

Em análise enviada a pedido do IF, o economista-chefe da BGC Liquidez, Juliano Ferreira, apontou que expectativa da casa para o IPCA-15 está em 0,63%.

Nesta leitura o destaque será a desaceleração nas altas do preços da gasolina e energia elétrica, que sofreram reoneração de impostos federais em março e que agora está começando a se dissipar estatisticamente. Esse movimento continua até o final do mês.

Por outro lado, em abril será avaliado o aumento dos preços de medicamentos, anunciado no final de março.

“O primeiro mais do que compensa o segundo e, por isso, teremos uma desaceleração da inflação do IPCA-15 de março para este número agora”, afirmou Juliano Ferreira, economista-chefe da BGC.

Ferreira também afirmou não esperar uma pausa ou descontinuidade da evolução positiva nos indicadores qualitativos, como inflação de serviços subjacentes e média dos núcleos, seguindo tendência das últimas três leituras de IPCA.

No lado da Atividade, Caged e Pnad contínua devem ser bem influentes, pois podem trazer uma tendência cada vez mais consolidada de crescimento ao redor de 1.00%/1.50% em 2023.

Ressalta-se a importância monitorar a evolução da renda real dos trabalhadores.

Agenda

Brasil tem divulgação do IPCA-15, com dados de inflação dos 15 primeiros dias de abril no país, medido pelo IBGE e com previsão de queda.

A FGV reporta, às 8h, a o índice nacional do custo da construção (INCC-M) referente a abril.

As projeções da inflação são de desaceleração de 0,06% em um ano, para 5,30%.

Na Alemanha tem pesquisa Clima do Consumidor, da GfK.

França divulga a pesquisa sobre a confiança do consumidor de abril.

Reino Unido tem pesquisa CBI sobre Varejo e Distribuição em abril.

Nos Estados Unidos, os principais do dia são os Índices de Compras e de hipotecas referentes ao mercado imobiliário, pelo instituto MBA.

Cingapura divulga sua taxa de desemprego, que atualmente é de 2%

Balanços do dia

Vale (VALE3) e WEG (WEGE3) divulgam seus resultados financeiros do primeiro trimestre, sendo que Weg irá disponibilizar os dados antes da abertura do pregão e a Vale após o fechamento.

Nos Estados Unidos, espera-se pelo balanço da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, após o fechamento do mercado lá, 17h aqui.

Mercado ontem

Ibovespa fechou novamente em queda no pregão desta terça-feira (25) com investidores digerindo as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na CAE do Senado, enquanto a temporada de balanços no Brasil e nos EUA, além dos dados do comércio seguiram no radar.

O principal índice acionário da bolsa brasileira fechou em queda de 0,70%, aos 103.221 pontos enquanto o dólar fechou em alta de 0,0,46% ante o real, negociado a R$ 5,0641 na B3 .

RCN

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participou de audiência no Comitê de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal para explicar a manutenção da taxa Selic  em 13,75%.

Neto disse que há 14 semanas consecutivas a autoridade monetária vê “piora das expectativas de inflação”, tanto nas projeções de analistas quanto do mercado.

Em evento na sexta-feira (21), Campos Neto disse que “o anseio pela queda de juros é político, mas nosso trabalho é técnico”.

Vendas de casas nos EUA

Um dos principais termômetros do setor imobiliário nos EUA. O número de vendas de casas novas em março foi de 683 mil, acima da expectativa do mercado de 650 mil.

Na semana passada, tivemos também o resultado de venda de casas usadas referente a março. O número veio em 4,44 milhões, abaixo do esperado pelos analistas de 4,5 milhões.

A negociação de casas usadas vem sofrendo queda desde janeiro do ano passado, quando estava em 6,5 milhões. Uma das explicações para essa sequência de quedas dos últimos meses é o aumento dos juros nos EUA, que saiu da faixa de 0%-0,25% em fevereiro de 2022 para 4,75%-5% atualmente.

Com a taxa mais alta, fica mais caro para os americanos financiarem a compra de suas casas, reduzindo as compras e vendas do setor. Além disso, a poupança deles também diminuiu, saindo de um pico de 26,3% da renda ao final de 2021, para 4,6% atualmente, o que reduz a sobra financeira para pagamento das parcelas.

“Com esses indicadores, é possível ter uma estimativa do quão quente ainda está a situação financeira dos americanos, dado o impacto da movimentação de dinheiro e crédito para a negociação das moradias”, afirmou Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad.

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