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IF Hoje: Agenda esvaziada deixa mercados por conta do noticiário de empresas
A última sexta-feira de janeiro (ufa!) deve assistir a um mercado operando um pouco mais ameno em relação aos últimos dias ou ao que virá na próxima semana, que terá uma agenda repleta de indicadores importantes.
Os chineses aproveitam o último dia do feriadão de Ano Novo, relembrando, o ano lunar de número 4721, regido pelo Coelho, que na sabedoria popular chinesa é um animal dado à tranquilidade e bons momentos, em contraponto ao ano que se encerrou no último sábado, regido pelo Tigre, marcado pela aspereza e conflito.
Por aqui, o mercado acionário deve seguir na toada dos últimos dias, operando com base em notícias ou realizando ganhos. Ontem ocorreu um movimento do tipo. As ações da Petrobras caíram 2,75% (PETR4) e 2,79% (PETR3), mesmo com o preço do barril de petróleo tendo ganhos superiores a 1% em Londres.
Agentes do mercado atribuíram a queda em consequência da aprovação do nome do ex-senador Jean Paul Prates, do PT do Rio Grande Norte, para presidência da Petrobras. Bancos grandes, como Goldman Sachs, no entanto, disseram que a nomeação de Prates já estava precificada.
Desde o início do ano até ontem, a ação preferencial da estatal acumulou ganhos de 20,59%, e Jean Paul Prates já havia sido especulado, depois indicado, para o cargo vários dias antes disso.
Americanas, de novo
Outro papel bastante comentado é o da Americanas (AMER3), excluído de todos os índices na última sexta-feira (20), experimenta um verdadeiro ralí nesta semana. Valendo centavos, no entanto, qualquer variação de preço já ganha tons de grandeza, podendo até causar no investidor mais desatento uma certa distorção da realidade.
O papel AMER3 fechou na quinta-feira (26) valendo R$ 1,03, com ganhos de 9,57% no dia. Se medirmos desde o início da semana, o avanço da ação somou 21%. No entanto, a perda acumulada desde o início desta crise está em 92%, isso em apenas 14 dias.
Para se ter uma ideia, se a ação da varejista quiser voltar aos níveis pré-crise, estourada em 11 de janeiro, o papel precisaria se valorizar, a partir de hoje, mais 1065%.
Setor financeiro
O setor de bancos foi o mais castigado pela crise da Americanas. Não é para menos, a varejista tem uma dívida de R$ 41 bilhões com seus credores, sendo em maior volume para os bancos. Bradesco, BTG Pactual, Santander e Safra são os que têm maior exposição, cerca de R$ 23 bilhões a receber.
A corretora Ativa Investimentos divulgou um relatório, na tarde de ontem, comentando o risco dos bancos. Segundo os analistas Pedro Serra e Pedro Dietricht, apesar do volume de R$ 23 bilhões parecer robusto, esse montante representa pouco se comparado ao tamanho das carteiras de crédito expandidas dos bancos.
Ne levantamento da Ativa, o Bradesco possui 0,55% de exposição à Americanas. Apontando que o impacto não será muito prejudicial dada a diversificação das carteiras bancárias e o provisionamento deve afetar marginalmente o lucro líquido dos bancos em 2023.
Cielo
Abrindo a temporada de balanços do quarto trimestre no Brasil, a Cielo relatou lucro líquido ajustado de R$ 490,1 milhões no trimestre, valor que representa uma alta de 63,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado superou as projeções dos analistas ouvidos pela Inteligência Financeira.
Em todo o ano, o resultado ficou positivo em R$ 1,480 bilhão, avanço de 78,6% sobre 2021.
De acordo com a companhia, o resultado recorrente nos últimos três meses do ano foi impulsionado, tanto em Cielo Brasil quanto na Cateno, “pela forte melhora nos fundamentos operacionais, com crescimento das receitas e gastos sob controle”.
Indicadores de hoje
Entre os indicadores esperados para hoje, a Espanha divulga seu PIB anual e do quarto trimestre, a França divulga seu índice de confiança do consumidor de janeiro, o Brasil reporta o volume de empréstimos bancários e os Estados Unidos a inflação ao consumidor (PCE) de dezembro e anual.
O Índice de Preços de Consumo Pessoal (PCE) mede a evolução dos preços dos bens e serviços adquiridos pelos consumidores para fins de consumo, excluindo os alimentos e os gastos com energia. É um indicador importante pois mostra a variação dos preços do ponto de vista do consumidor e as variações de tendências de compra e da inflação nos EUA.
Balanços do dia
Entre os balanços esperados para hoje, os principais são da petrolífera Chevron e da administradora de cartões de crédito American Express.
Dólar ontem
O dólar fechou a sessão de ontem em leve queda, destoando do exterior, que repercutiu os números do PIB dos EUA no 4º trimestre de 2022, acima das expectativas, e os próximos passos do Federal Reserve, banco central americano.
Nos últimos dias, o real apresentou forte apreciação em meio a redução de ruídos internos e a entrada de fluxo estrangeiro. Por fim, a moeda americana caiu 0,08%, negociada a R$ 5,0745 após atingir a máxima de R$ 5,1179.
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