IF Hoje: Mercado repercute Arcabouço e olha inflação do PCE nos EUA; Bolsa tenta fechar mês sem perdas

Hoje é último dia do mês e do primeiro trimestre, próximo também dos 100 primeiros dias de governo Lula

Movimento de bolsas da Ásia. Foto: Aly Song/Reuters
Movimento de bolsas da Ásia. Foto: Aly Song/Reuters

Após o tão aguardado anúncio do Arcabouço Fiscal e cinco altas seguidas, a bolsa vem se recuperando das fortes quedas sofridas nas últimas semanas, impulsionada também pelos mercados externos, menos avessos ao risco após o afastamento da crise bancária instaurada no início do mês.

Para esta sexta-feira (31) os investidores seguirão repercutindo a nova regra fiscal do Brasil e ficarão de olho na divulgação do índice de inflação PCE nos Estados Unidos, que já pode dar indícios a respeito das próximas reuniões de juros do Federal Reserve.

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O Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) mede a evolução dos preços dos bens e serviços comprados pelos consumidores para fins de consumo, excluindo alimentos e energia.

Os preços são ponderados de acordo com a despesa total por item e o índice mede a variação de preços do ponto de vista do consumidor. Este é o indicador favorito do Fed na hora de estabelecer as taxas de juros dos Estados Unidos, seguido pela inflação ao consumidor (CPI).

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Para a divulgação de amanhã, a projeção dos analistas é que o núcleo do índice – que exclui preços mais voláteis como combustíveis e alimentos – avance 0,4% em fevereiro, confirmando uma desaceleração ante os 0,6% vistos em janeiro.

Brasil

O anúncio da regra fiscal foi o assunto do dia, ontem, com repercussão majoritariamente positiva. Os especialistas ressaltam a promessa de aumento da arrecadação sem novos atributos ou aumento de alíquotas. Para tanto, o governo prometeu reduzir ou acabar com benefícios fiscais a alguns setores, sem mencionar quais, e fechar o cerco contra a sonegação.

A regra fiscal tem compromisso com o resultado primário até o ano de 2026, com metas e banda de variação tolerável. Sendo déficit de 1,5% em 2023 (já aprovado na PEC da Transição), déficit zero em 2024 e superávit de 0,5% em 2025 e de 1% em 2026.

Enquanto isso acontecia, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que não tinha analisado a nova regra com detalhes, e não quis antecipar a reação da autoridade monetária, ao ser questionado sobre o horizonte do início dos cortes de juros. “Tem uma incerteza grande de curto e médio prazo”, ponderou.

“Se fosse cumprir a meta de inflação em 2023, teria que ter juro de 26,5%”, argumentou.

Agenda do dia

Na Alemanha, dados de vendas no varejo e preços de bens importados.

Estados Unidos divulgam inflação pelo PCE de fevereiro.

Suíça também reporta vendas no varejo de fevereiro.

França divulga inflação ao consumidor (IPC) mensal de março e acumulado de 12 meses. A projeção é de 0,7% no mês e de 6,1% em um ano. IPP também será divulgado.

Itália também tem Vendas da Indústria e IPC de março.

União Europeia divulga taxa de desemprego (projeção de 6,6%) e IPC de março e anual, projeção de 8,2% (12 meses).

No Brasil, divulgação da relação dívida líquida / PIB, balanço orçamentário de fevereiro, taxa de longo prazo e o fluxo cambial estrangeiro.

Canadá divulga PIB de janeiro.

Mercado ontem

Após a apresentação do novo Arcabouço Fiscal, a bolsa brasileira operou no positivo durante todo o pregão e fechou em alta de 1,89%, aos 103.713 pontos. O dólar acompanhou e fechou em queda de 0,72%, negociado a R$ 5,0972.

Minério de ferro fechou em alta de 2,3% no mercado à vista e chegou a US$ 128 a tonelada no norte da China.

Petróleo Brent – utilizado como referência pela Petrobras – fechou em alta de 1,14% na ICE, de Londres, a US$ 78,60 o barril, com entrega para maio.

Os juros futuros voltaram a se aproximar das mínimas, especialmente em vértices intermediários da curva. Agentes financeiros relatam uma volatilidade  acentuada no mercado, impulsionada pelas avaliações em torno da proposta de arcabouço fiscal.

Apesar de a reação inicial dos ativos locais à nova regra fiscal ter sido majoritariamente positiva, com recuo nas taxas, participantes do mercado classificam o anúncio do marco fiscal como uma “carta de intenções” e ainda buscam entender como as metas de superávit traçadas pelo governo serão alcançadas.

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