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IF Hoje: Mercado espera discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, para confirmar ou recalibrar projeções de juros
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No Brasil, a FGV divulga dado de inflação (IGP-DI) às 8h
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África do Sul divulga PIB do quarto trimestre com projeção de queda
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Localiza, Raia Drogasil, Grupo Soma e Simpar divulgam balanços do 4T22
O destaque de hoje no mercado será o discurso que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, vai fazer no Senado americano, às 12h pelo horário de Brasília. O investidor olha para cada movimento que possa dar alguma pista sobre até quanto (e quando) subirão as taxas de juros nos Estados Unidos.
O fluxo de investimento estrangeiro é o que, de fato, movimenta a bolsa brasileira para alta ou baixa. Quando um país como os EUA eleva juros, a atratividade dos mercados de renda variável diminui, levando o investidor a migrar para opções mais “seguras” e com razoável rentabilidade, o chamado “flight to quality”.
EUA: Mercado de trabalho forte e reprecificação dos ativos
Vale lembrar que nesta sexta-feira (10) o departamento do Trabalho dos EUA divulga o relatório de empregos, chamado Payroll, que é um forte termômetro da economia americana e um indicativo para o comportamento dos membros do FOMC na reunião de juros dos dias 21 e 22 deste mês.
De acordo com uma matéria do “The Wall Street Journal”, os economistas de Wall Street projetam que o relatório de empregos de fevereiro venha novamente acima das expectativas, assim como nos últimos meses.
Pois bem, enquanto um consenso compilado pelo Journal projeta a abertura de 225 mil vagas em fevereiro, o Deutsche Bank espera pela criação de 300 mil novos empregos no mês passado. Além disso, os economistas do Jefferies estimam 290 mil novos empregos.
Em janeiro, o Payroll mostrou a abertura de 517 mil novos empregos, resultado bem acima do consenso de 187 mil, junto com uma taxa de desemprego de 3,4%, a menor desde maio de 1969.
Sendo assim, o mercado de trabalho mais forte que o esperado pode levar a uma nova rodada de reprecificação dos mercados, como o visto depois da divulgação do Payroll de janeiro, diante do sentimento de que os juros americanos deverão subir ainda mais.
O Fed iniciou seu ciclo de alta há um ano, elevando gradualmente os juros em 4,5 pontos percentuais para o intervalo entre 4,5% a 4,75%. Agora, a expectativa dos principais bancos é de que ele suba mais 0,75 ponto percentual ao longo do ano, terminando entre 5,25% a 5,50% em junho e se mantendo nesse nível até o fim do ano.
O Goldman Sachs, no entanto, já vislumbra o cenário em que EUA terão que elevar juros para 6%, segundo relatório do banco, que apontou que três segmentos podem reacelerar o crescimento da economia: consumo pessoal, industrial e imobiliário, diante dos fortes dados registrados em janeiro.
Essa alta exerceria uma pressão redutora de 0,50 ponto no crescimento do PIB, segundo o relatório.
O Goldman também destacou que, em um céu de brigadeiro para a economia, onde consumo, indústria e setor imobiliário voltem a aquecer, o que não é o cenário-base do banco – a força subjacente elevaria o PIB em 2,5% em 2023, o que iria requerer juros ainda mais elevados para reduzir o crescimento da demanda e um reequilíbrio do mercado de trabalho.
Investimentos no Brasil
Em termos de posicionamento, o investidor estrangeiro não está expressivamente comprado em bancos brasileiros. Papéis ligados à energia, como Petrobras, estão mais no radar.
Para o futuro, o investidor gringo busca ações que foram prejudicadas pelo ciclo de alta de juros e podem se beneficiar de um possível afrouxamento monetário, como Lojas Renner e fintechs (Nubank, PagSeguro e XP), entre outros.
Ontem, o banco J.P. Morgan divulgou um relatório dizendo que a inflação e a indefinição fiscal podem tornar bolsa brasileira menos atrativa para estrangeiros, que ainda aguardam os anúncios das políticas estruturais para ter mais confiança na bolsa brasileira, no entanto “a falta de direção na política fiscal e/ou inflação mais alta pode rapidamente piorar os humores”, afirmou o relatório.
Política
Na política, o presidente Lula manteve Juscelino Filho no cargo de ministro das Comunicações, no entanto, fontes disseram que ele está “respirando por aparelhos”. Juscelino não explicou o uso pessoal de aeronaves da FAB.
Ontem também, Lula fez contato telefônico com o rei da Inglaterra, Charles III, onde falaram sobre crise climática, parcerias comerciais e a cerimônia de coroação do monarca, em 6 de maio na Abadia de Westminster, em Londres.
No campo bolsonarista, apesar da celebrada palestra em um evento conservador e ter sido citado por Donald Trump, Jair Bolsonaro segue preocupado com as notícias sobre a tentativa de trazer – ilegalmente – joias avaliadas em R$ 16,5 milhões.
Pois bem, e-mails e conversas apontam para tentativas de coerção de funcionários da Receita Federal que apreenderam o item.
Parlamentares do Psol e da Rede protocolaram nesta segunda-feira uma notícia-crime no Ministério Público solicitando que Bolsonaro, Michelle, o ex-ministro Bento Albuquerque e o ex-chefe da Receita Julio César Vieira Gomes sejam investigados pela tentativa de entrar com a joia no Brasil de forma irregular e sem declarar à Receita.
Agenda dos indicadores
No cenário local, às 8h a FGV vai divulgar a inflação pelo índice IGP-DI referente ao mês de fevereiro.
Nos Estados Unidos, ao meio dia, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, faz discurso ao mercado e em seguida responde perguntas aos jornalistas. O mercado pode apresentar grande volatilidade durante a parte de perguntas e respostas do depoimento.
Ainda nos Estados unidos, haverá divulgação do Índice IBD/TIPP de Otimismo Econômico e os dados de Crédito ao Consumidor referente ao mês de janeiro.
Durante a madrugada, a China divulga sua balança comercial de fevereiro e os dados de reservas cambiais.
A África do Sul reporta seu Produto Interno Bruto do quarto trimestre, com perspectiva de queda de 0,4%, e do consolidado de 2022, com projeção de alta de 2,2%.
Balanços do dia
Por fim, Localiza, Raia Drogasil, Grupo Soma de Moda (dona de marcas como Hering, Farm e Animale) e a Simpar (ex-JSL e dona da Movida) divulgam seus resultados na CVM e em seus canais de relação com investidor após o fechamento dos negócios na B3.
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