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IF Hoje: Após susto com PIB, índice de inflação dos EUA ajudará a afinar expectativas sobre juros
- Bolsas nos EUA sofreram fortes quedas pois PIB do 3º trimestre subiu mais que esperado, alimentando preocupação com alta de juros
- Índice de gastos pessoais, o preferido do banco central americano, vai ajudar a balizar expectativas sobre inflação
- Festas de final de ano esvaziam um pouco os negócios no Brasil a partir de agora
O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos acima das projeções no terceiro trimestre do ano, divulgado na quinta-feira (22), derrubou as Bolsas de Valores americanas por alimentar o medo de que o Fed (Federal Reserve, banco central americano) tenha que aumentar os juros mais do que o anteriormente esperado. Mas sai nesta sexta (23) o índice de inflação mais usado pela autoridade monetária para calcular a evolução dos preços, o que pode acalmar os mercados.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, recuou 1,05% na quinta (22), enquanto o S&P 500 caiu 1,45% e o da Bolsa de tecnologia Nasdaq perdeu 2,2% depois que o Departamento do Comércio anunciou a sua última revisão do PIB do 3º trimestre: a economia americana cresceu 3,2% entre julho e setembro deste ano, na comparação com igual intervalo de 2021. A estimativa média dos analistas era de uma alta de 2,9%.
Se a economia está mais aquecida, os preços tendem a subir. A maior inflação em quatro décadas, registrada neste ano nos EUA, fez o Fed aumentar os juros de maneira agressiva para tentar esfriar a atividade. O banco central tem sinalizado que deve diminuir um pouco o ritmo das altas para observar o pleno efeito da medida. No entanto, se os preços continuarem avançando, o Fed pode voltar a pisar no acelerador.
Altas de juros são positivas para as aplicações de renda fixa, tornando a renda variável, tida como arriscada, menos atraente. Esse é um dos motivos pelos quais as Bolsas caem quando há perspectiva de elevação das taxas. Outro motivo é que as empresas listadas sofrem de várias maneiras com o aumento dos juros: as que têm consumidores que dependem de financiamento para comprar vão ver sua receita cair, enquanto as que estão endividadas gastarão mais para honrar seus compromissos. E todas ficam desestimuladas a tomar crédito para aumentar a capacidade de produção.
No meio da manhã, sai o índice de gastos pessoais do consumidor americano. A estimativa é de uma alta de 0,2% em novembro contra o mesmo mês do ano passado, exatamente igual ao de outubro. Supresas negativas ou positivas mexerão com os preços dos ativos.
Clima de fim de ano no Brasil
O que acontece no mercado americano afeta o humor no Brasil, porque os investidores internacionais têm presença importante na Bolsa local. Nos últimos dias, uma agenda pesada de eventos por causa da mudança no governo acabou fazendo os investidores prestar mais atenção no cenário político e fiscal local. Conforme as festas de final de ano se aproximam, o movimento tende a diminuir – inclusive porque elementos fundamentais para ajustar as expectativas para o Brasil em 2023 foram definidas, a exemplo da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição e da equipe do Ministério da Fazenda.
Agenda do dia
- 9h – Brasil: IPCA-15 (dezembro)
- 10h30 – Brasil: Gastos pessoais (novembro)
- 10h30 – EUA: Renda pessoal e gastos pessoais (novembro); pedidos de bens duráveis (novembro)
- 12h – EUA: Pedidos de bens duráveis (novembro)
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