IF Hoje: Inflação dos EUA deve indicar próximos passos do Fed
Especialistas estimam leve desaceleração do índice americano de preços ao consumidor em julho
Diferentemente do Banco Central do Brasil, que deve ter encerrado em julho a trajetória de elevação da sua taxa básica de juros, o Fed (Federal Reserve, banco central americano) ainda tem pelo menos um novo aumento pela frente. Nesta quarta-feira (10), os investidores vão ganhar elementos para ajustar suas expectativas em relação ao tamanho da elevação que apostam que virá em setembro.
Será divulgado no meio da manhã o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de julho. Os analistas esperam ver uma leve desaceleração, puxada pela queda do preço dos combustíveis no mercado internacional. Os economistas estimam que, no mês passado, a inflação ao consumidor tenha ficado em apenas 0,2%, bem menos do que o 1,3% de junho, de acordo com sondagem da agência de informações financeiras Dow Jones. Se confirmado, esse índice baixaria a inflação acumulada em 12 meses dos 9,1% de junho para 8,7%.
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Dois diretores do Fed que fazem parte do comitê de política monetária e, portanto, participam das decisões sobre os juros, fazem discursos públicos à tarde. O mercado vai prestar bastante atenção às falas de Charles Evans, presidente da sucursal de Chicago do Fed, e de Neel Kashkari, da sucursal de Minneapolis, em busca de pistas sobre os próximos passos do banco.
Por que importa?
A desaceleração da inflação pode reforçar as apostas do mercado em uma alta de 0,5 ponto percentual dos juros básicos dos EUA no mês que vem, menos do que o 0,75 p.p. de julho, que levou a taxa para o intervalo 2,25%-2,5% ao ano. Como muitos países do mundo – Brasil incluído –, os EUA estão sofrendo com a inflação mais alta em anos. A principal estratégia dos bancos centrais para tentar segurar os preços é aumentar os juros, o que desencoraja gastos dos consumidores e investimentos das empresas e faz a atividade econômica esfriar.
Como afeta os investimentos?
A projeção de redução do ritmo de alta dos juros básicos tem efeito imediato no mercado de renda fixa, que fica um pouco menos atraente. Por sua vez, o mercado de renda variável se torna mais interessante para quem aceita correr mais riscos na busca por meiores retornos.
Agenda do dia
- Balanços antes da abertura dos mercados (Brasil): Braskem, SmartFit
- Balanços antes da abertura dos mercados (EUA): Walt Disney, Arcos Dorados (McDonald’s América Latina)
- 9h: Vendas do varejo (junho), do IBGE
- 9h30 – EUA: Índice de preços ao consumidor (julho)
- 11h30 – EUA: Estoques de petróleo bruto
- 12h – EUA: Discurso de Charles Evans, presidente da sucursal de Chicago do Fed, eme evento da Drake University
- 13h – EUA: Discurso de Neel Kashkari, presidente da sucursal Minneapolis do Fed, em painel sobre estagflação no Aspen Economic Strategy Group
- Balanços após o fechamento dos mercados (Brasil): Banco do Brasil, BRF, Taesa, SulAmérica, Minerva, Petro Recôncavo, 3R Petroleum, MRV, Petz, Banrisul, Mahle Metal Leve, Iochpe-Maxion, Alliar, Traders Club, Banco Pine, Lavvi, C&A