IF Hoje: IPCA-15 registra deflação de 0,73%, maior queda de preços desde 1991

Estimativa era de que o indicador, que mede a variação dos preços no período de 30 dias encerrado em 15 de agosto, indicasse deflação de 0,81%

Inflação de maio vem abaixo do esperado e aquece debate sobre queda de juros. Foto: Eduardo Soares/Unsplash
Inflação de maio vem abaixo do esperado e aquece debate sobre queda de juros. Foto: Eduardo Soares/Unsplash

O IPCA-15 – prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – registrou deflação de 0,73% neste mês, segundo informado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta quarta-feira (24). O indicador mede a inflação do dia 15 do mês anterior ao dia 15 do corrente.

A taxa de agosto é a menor da série histórica, iniciada em novembro de 1991. No ano, o IPCA-15 está acumulado em 5,02%, e, em 12 meses, em 9,6%. Em agosto de 2021, a taxa havia ficado em 0,89%.

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A estimativa dos analistas era de que apontasse uma deflação de 0,81% neste mês após registrar inflação de 0,13% em julho.

Os últimos indicadores têm mostrado que a queda dos preços dos combustíveis e das tarifas de energia elétrica é a principal razão para a desaceleração da inflação. Com o IPCA-15 de agosto não foi diferente. O resultado de agosto foi influenciado principalmente pela queda de 5,24% nos preços no grupo de Transportes, que contribuiu com uma baixa de 1,15 ponto percentual no índice do mês.Também tiveram retração os preços dos grupos de habitação (-0,37%) e de comunicação (-0,3%).

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Do lado das altas, a maior variação e o maior impacto vieram de alimentação e bebidas, com 1,12% de alta e 0,24 p.p. de contribuição para o índice total do mês.

Para o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a tendência de desacelerçaão da inflação no país deve se manter. “Quando olhamos o processo inflacionário, esperamos três meses de deflação. Tivemos deflação no mês passado e provavelmente vamos ter deflação neste mês. De novo, é muito impactado pelos preços de energia e medidas do governo”, disse na terça (23) durante o XVIII International Investment Seminar, promovido pelo Moneda Asset Management, em Santiago, no Chile.

Por que importa?

O mercado financeiro estava aguardando ansiosamente que o IPCA-15 confirmasse uma forte queda dos preços no país para reforçar as apostas de que o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) de fato interrompa a sequência de altas da taxa Selic, como indicado em sua última reunião, do final de julho. A taxa básica de juros da economia brasileira está em 13,75% ao ano, e deve ser reavaliada pela autoridade monetária em sua reunião da segunda quinzena de setembro.

Como afeta os investimentos?

Os dados de inflação não tão positivos quanto se esperava devem impedir um ajuste maior, para baixo, das projeções para os juros futuros. Consequentemente, o Ibovespa – principal índice acionário da Bolsa brasileira B3 – não deve estender muito a alta de 2% registrada na terça (23), quando tiveram destaque as empresas que dependem do mercado consumidor interno, como a holding Americanas, a administradora de programas de recompensas Méliuz, e o Magazine Luiza.

Agenda do dia

  • S/h: Abertura das consultas ao 4o. lote de restituição do imposto de renda
  • 9h: IPCA-15 (agosto), do IBGE
  • 9h30 – EUA: Pedido de bens duráveis (julho)
  • 11h30 – EUA: Estoques de petróleo bruto
A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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