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IF Hoje: Semana decisiva para governo de transição começa com cautela no mercado
O feriado da Proclamação da República nesta terça-feira (15) faz o mercado financeiro começar a semana com cautela. Os investidores não devem mexer muito nas suas carteiras nesta segunda (14) enquanto acompanham o avanço das discussões acerca da legislação que significa o pontapé inicial no novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição.
A expectativa é de que as negociações entre a equipe de Lula, deputados, senadores e membros da administração de Jair Bolsonaro (PL) aconteçam a todo vapor nos dois primeiros dias da semana até que, na quarta (16), seja possível chegar a um acordo e apresentar o texto da PEC que será submetido a votação no Congresso.
É consenso que acomodar as promessas de campanha de manter o Auxílio Brasil (que volta a se chamar Bolsa Família) em R$ 600 e aumentar o salário mínimo acima da inflação exige algum arranjo que permita o descumprimento da regra do teto de gastos. Mas o prazo e o tamanho desse waiver (exceção à regra) estão criando atritos entre todos os envolvidos nas conversas e, ao aumentar as incertezas sobre a situação fiscal do Brasil, deixando também o mercado ressabiado.
Alguns aliados de Lula defendem que seja válido por todos os quatro anos do próximo governo, com a justificativa de que a demanda por benefícios sociais não se esgotará muito rápido. No entanto, outros políticos como o atual chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), querem que os efeitos da PEC sejam limitados ao primeiro ano da próxima administração, porque os atuais deputados e senadores, em final de mandato, não deveriam ser responsáveis por decidir uma medida tão importante para a próxima legislatura.
A princípio, a estimativa era de que a PEC contemplaria entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões em despesas no próximo ano. Essa projeção já subiu para R$ 175 bilhões, porém, assustando os investidores.
Como mexe com os investimentos?
Quanto mais o governo gasta além do que arrecada, é necessário se endividar para bancar as contas. O crescimento da dívida levanta preocupações com a capacidade de a administração federal honrar seus compromissos, o que faz com que os investidores que emprestam para o governo comprando seus títulos de dívida peçam juros mais e mais altos. Esse movimento de aumento de juros na economia favorece as aplicaçações em renda fixa, mas esfria a atividade econômica, prejudicando as empresas que dependem da demanda interna, a exemplo das varejistas. então, as ações dessas companhias acabam sofrendo na Bolsa de Valores.
Agenda do dia
- 8h25 – Brasil: Boletim Focus
- 9h – Brasil: IBC-Br (outubro)
- 23h – China: Produção industrial, vendas no varejo e desemprego (outubro)
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