IF Hoje: Investidor olha para política e dados do exterior neste último dia do mês
Na agenda do dia, muitas pesquisas PMI, divulgação de PIB e dados de inflação
A bolsa brasileira caminha para encerrar o mês com fortes perdas acumuladas, se confirmar a tendência dos últimos dias. Até ontem o índice retraía 6,8% neste mês e 3,6% desde o início do ano. Fevereiro foi um mês no qual os ativos de risco foram muito castigados pelo cenário externo, especialmente no que diz respeito ao aumento dos juros nos Estados Unidos.
Como se sabe, o aumento das taxas de juros nos EUA retiram a atratividade das bolsas mundo afora, ainda mais em países emergentes. Com a maior economia do mundo pagando juros atraentes, diminui-se o apetite por risco e consequentemente a liquidez das bolsas.
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Mas não foi só isso, o mercado também penalizou as barbeiragens internas.
Por aqui, rolou muita desconfiança diante da queda de braço entre Lula e o Banco Central em torno da autonomia da entidade, depois da taxa de juros e até a meta de inflação. Nesta reta final, a inflação por aqui mostrou que ainda é um risco e o BC deve manter as taxas elevadas.
Por fim, e não menos importante, a história da reoneração dos combustíveis. Ontem o Ministério da Fazenda definiu que retomará a cobrança de impostos federais sobre a gasolina e o etanol já a partir de amanhã, enquanto o diesel e o gás de cozinha seguirão isentos até 31 de dezembro. O anúncio ainda carece de detalhes, que serão divulgados hoje.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) calcula que os preços da gasolina tenham impacto de R$ 0,60 por litro e do etanol de R$ 0,25 por litro nas bombas.
Agenda do dia
No Brasil, a divulgação da taxa de desemprego será o dado mais importante, às 9h, junto com a PNAD Contínua. Na última edição o desemprego era 8,1%. A projeção do Itaú BBA é de 8%.
Também haverá divulgação do indicador dívida líquida/PIB (atual -11,8%) e o balanço orçamentário de janeiro.
No Japão, Inflação ao consumidor (IPC) e núcleo, referente a fevereiro e 12 meses. Também serão dadas as encomendas de construção e construção de novas casas.
França tem IPC e Inflação ao Produtor (IPP) de fevereiro, com projeção de 6,2% de alta nos preços (IPC) no acumulado de 12 meses.
A França também divulga seu PIB do 4º tri e o consolidado de 2022, com projeção de 0,1% de crescimento no 4T.
Suíça divulga PIB do 4º tri (projeção de +0,3%) e consolidado 2022 (projeção de +1%).
Índia, Canadá, Austrália e Portugal também reportam dados do PIB.
Espanha e Portugal vão divulgar IPC mensal e anual fevereiro.
África do Sul divulga sua taxa de desemprego, a projeção é aumentar de 32,90% para 33,40%.
Japão, China e Indonésia: PMI Industrial, PMI Composto, PMI Industrial Caixin (China), pesquisas que demonstram o “humor” e a expectativa dos empresários com as economias locais.
Balanços do dia
BRF, Cosan e Suzano, todas depois do fechamento.
Para a BRF, a equipe de análise de empresas do Itaú BBA afirmou que esperam por mais um trimestre difícil, com queda do resultado operacional (Ebitda) em relação ao mesmo período do ano anterior.
“Nas operações do Brasil, esperamos que a deterioração do ambiente de consumo deva impactar a receita, enquanto o elevado preço das commodities deve manter a linha de custos pressionada. Do lado internacional, projetamos que a normalização dos preços de venda no Halal deva levar a companhia a reportar queda do Ebitda, mesmo com um alívio na linha de custos e despesas”, completou.
A Suzano, segundo os analistas, deve continuar mostrando resultados fortes. Espera-se que o preço de celulose mais elevado seja mais do que anulado pela queda do volume, fruto das paradas para manutenção, levando à queda da receita.