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Morning call: mercado ajusta posições diante de maior preocupação do BC com inflação
Empresas citadas na reportagem:
Morning call desta quinta-feira mostra que o mercado opera hoje ajustando posições após as decisões de juros e os respectivos comunicados dos bancos centrais do Brasil e Estados Unidos.
Ontem, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) manteve pela segunda vez consecutiva a taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano. O comunicado que acompanhou a decisão mostrou um BC mais vigilante com a deterioração fiscal e seus efeitos sobre o câmbio, ainda que o colegiado não tenha indicado de forma clara a possibilidade de elevar a Selic no curto prazo.
Na avaliação de alguns analistas, o Copom subiu o tom das preocupações sobre à inflação futura e abriu a porta para uma possível alta da Selic.
“Alguns elementos chamam a atenção, especialmente a menção a questão de que o Copom pode ficar mais vigilante no futuro, se as expectativas de inflação piorarem”, escreveu o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.
“Ficar mais vigilante pode ser lido como vai subir juros, acho que não tem outra maneira de ler isso”, acrescentou. Leia reportagem completa Copom avança uma casa para possível alta da Selic, dizem economistas.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) manteve a taxa de juros pela oitava vez e indicou que inflação fez progresso em direção à meta de 2%. Leia completo aqui.
Morning call: como fica o cenário para investimentos?
Segundo analistas, após as decisões de juros, os ativos de riscos ainda não são tão interessantes. A expectativa, aliás, é para uma quinta-feira de grande volatilidade na bolsa e dólar com tendência de alta, segundo Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.
Na renda fixa, os gestores seguem indicando títulos pós-fixados pra diminuir o risco. Destaque para títulos que tenham posição em juro real em NTNBs, pois estão pagando mais que 6%.
Ana Paula Carvalho, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital, aponta as aplicações de até 1 ano, principalmente os papéis atrelados ao CDI, como o CDB, LCA e LCI.
Morning call: o que muda nesta quinta-feira?
Na quinta-feira após as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, o Banco da Inglaterra (BoE) anunciou sua decisão de juros.
O BoE deu início a um ciclo de flexibilização monetária nesta quinta, ao reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 5% ao ano. A decisão já era esperada pelos mercados e foi marcada por uma divisão dos dirigentes do banco central: cinco foram favoráveis ao corte, enquanto outros quatro votaram por manter os juros inalterados.
No comunicado que seguiu a decisão, a autoridade monetária britânica avalia que o momento atual é apropriado para “reduzir ligeiramente o grau de restritividade da política”. O banco central observa que o impacto dos choques externos diminuiu e que houve progresso na moderação dos riscos de persistência da inflação, apesar de dados recentes de atividade econômica terem anotado um resultado mais forte que o esperado.
Já no campo dos indicadores, o principal destaque será o índice de atividade industrial dos Estados Unidos referente a julho medido pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM).
Os Estados Unidos anunciam ainda os dados para pedidos iniciais de seguro-desemprego na semana. O Departamento de Trabalho mostra, às 9h30 (de Brasília), o número de novos pedidos de seguro-desemprego requeridos na semana até 27 de julho. Na semana anterior, houve 235 mil pedidos iniciais. Estimam-se 236 mil novos pedidos.
Os dados para o mercado de trabalho nos Estados Unidos têm sido acompanhado de perto por analistas, pois um mercado de trabalho mais forte pode ser indicador de maior atividade no consumo, o que por sua vez acelera a inflação. A escalada inflacionária é justamente o que o banco central dos Estados Unidos (Fed), quer debelar com a política monetária mais restritiva.
Morning call: veja como foi o fechamento
O Ibovespa encerrou a sessão em alta firme na quarta-feira, acompanhando o bom humor do mercado de ações global, após declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, de que o início do ciclo de cortes de juros “pode acontecer” em setembro.
No fim do dia, o índice avançou 1,20%, aos 127.652 pontos. Nas mínimas intradiárias, tocou os 126.139 pontos e, nas máximas, os 127.853 pontos. Em julho, a bolsa acumulou alta de 3,02%.
O dólar à vista fechou a sessão de hoje em alta de 0,66%, a R$ 5,6541, e acumulou um avanço de 1,18% neste mês. A máxima intradiária foi de R$ 5,6841, enquanto a mínima foi de R$ 5,6064. O euro comercial, por sua vez, subiu 0,75%, a R$ 6,1184.
Em Wall Street, o índice Dow Jones subiu 0,24%, a 40.842,79 pontos; o S&P 500 subia 1,58%, a 5.522,30 pontos; e o Nasdaq avançava 2,64%, a 17.599,40 pontos.
Morning call: no que prestar atenção
Investidores alternativos estão correndo para diversificar seus ativos para o Japão, Índia e Coreia do Sul, à medida que a China perde seu brilho como destino para investimentos em private equity, imóveis e capital de risco.
Os investimentos alternativos são ativos de mercado privado menos líquidos, em oposição aos ativos negociados publicamente, como ações. Eles são considerados mais arriscados, mas frequentemente geram retornos maiores, atraindo a atenção de grandes investidores institucionais.
Na categoria de private equity, por exemplo, US$ 5 bilhões são destinados ao Japão de um total de US$ 14,8 bilhões arrecadados para investimentos em private equity na região Ásia-Pacífico no trimestre de abril a junho, de acordo com dados divulgados na quarta-feira pela Preqin, uma empresa de pesquisa de investimentos alternativos. Enquanto isso, US$ 6,9 bilhões foram reservados para investimentos diversificados na região.
Em outras categorias, a arrecadação de fundos para investimentos em infraestrutura também está se recuperando, mostram os dados, à medida que os investidores antecipam a demanda por mais usinas de energia renovável, conectividade 5G e data centers em países como a Índia.
Na categoria de private equity, a atividade de negócios está ocorrendo em cerca de metade do ritmo de 2021, diz Angela Lai, chefe de avaliação da Preqin para a região Ásia-Pacífico.
Esse clima cauteloso contrasta fortemente com o otimismo antes de 2021, quando os investidores estavam buscando negócios e aumentando as avaliações de investimento.
Uma recuperação completa da captação de recursos pode ter que esperar até o ano que vem e, mesmo depois disso, a recuperação provavelmente será gradual, alertou Lai. “A atmosfera geral ainda é muito cautelosa.”
Um dos motivos para a queda prolongada é a ausência de um motor de crescimento comparável à China antes de 2021. Com o sentimento dos investidores em relação ao país azedando, o dinheiro dos investidores está indo para outros locais, incluindo os Estados Unidos, disse Lai.
Dentro do espaço de investimento alternativo, capital de risco e imóveis, as áreas entre as mais severamente afetadas pela desaceleração da China, também são as menos populares entre os investidores alternativos. Fora do Japão, o mercado imobiliário “é provavelmente uma das classes de ativos mais fracas entre as alternativas”, disse Lai.
Mas, no geral, ela acredita que a diversificação além da China é positiva. “O resto da região tem muitas coisas diferentes a oferecer. Você ainda tem a Índia, o Japão, a Coreia do Sul. É por isso que ainda temos captação de recursos em fundos regionais”, disse ela.
“Mas a lacuna deixada pela China é realmente grande. É por isso que esperamos que demore um pouco para voltar aos níveis anteriores no geral.”
Como fecharam as bolsas da Ásia?
As bolsas da Ásia fecharam sem direção definida nesta quinta-feira à medida que os investidores ainda digerem o fortalecimento do iene seguindo a alta de juros no Japão e o índice de gerente de compras (PMI) Caixin da China, que voltou para o território de contração depois de expandir por nove meses.
No Japão, o índice Nikkei fechou em queda de 2,5% a 38126,33 pontos, pressionados por ações do setor imobiliário e de automóveis, mais sensíveis à valorização do iene. Mitsui Fudosan caiu 8.1%, Mitsubishi Estate perdeu 9.0% e Toyota Motor recuou 8.5%.
Na Coreia do Sul, o índice Kospi subiu 0,3% para 2777,68 pontos, apagando parte dos ganhos iniciais do pregão. As ações haviam subido durante a noite impulsionadas pela alta em Wall Street depois que o Fed sinalizou cortes em setembro. Mas o ânimo diminuiu depois que dados mostraram que as exportações da Coreia do Sul ficaram menores do que o esperado em julho. As ações de estaleiros e de fabricantes de bateria foram destaque, com Hanwha Ocean subindo 6,7% e LG Energy avançando 2,9%.
As exportações da Coreia do Sul subiram 13,9% em julho na base anual, maiores que a alta de 5,1% em junho mas abaixo dos 18,6% esperados pelo mercado. O índice Hang Seng de Hong Kong caiu 0,2% a 17304,96, pressionado por ações de consumo.
Na China continental, o índice Xangai perdeu 0,2% a 2932.39. Ações de consumo lideraram as perdas, com Proya Cosmetics caindo 4,65% e Yunnan Botanee Biotechnology recuando 2%.
Por volta das 7h20, o índice Sensex da Índia subia 0,15% a 81.867,55, impulsionado por ganhos nas ações de fabricantes de automóveis e de siderúrgicas na expectativa de ganhos domésticos com os potenciais cortes de juros do Fed. JSW Steel subiu 2,6% e Tata Motors avançou 1,4%.
Com informações do Valor Econômico.
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