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Morning call: em dia de discurso de Jerome Powell, bolsa tenta manter embalo de novembro
O morning call de hoje questiona se a bolsa de valores no último mês do ano será capaz de manter o ótimo desempenho realizado em novembro. O Ibovespa encerrou o mês ultrapassando os 127 mil pontos, com valorização de 12,54%. Foi o melhor desempenho mensal em três anos, desde novembro de 2020, quando o índice saltou 15,90%.
Vale lembrar que a bolsa teve valorização de 0,92% na quinta-feira, cotado a 127.331,12 pontos. E o dólar, por outro lado, teve alta de 0,56% e está cotado a R$ 4,9152.
O que explica essa valorização
De acordo com Gustavo Biserra, analista da Nova Futura, quando se olha para o P/L (Preço/Lucro, indicador que calcula o preço de um ativo sobre o lucro) do Ibovespa, ele está em torno de 7,3.
Esse patamar é similar ao que víamos em 2008 e 2009. Ou seja, a bolsa está negociando em preço/lucro com resultados de anos de crise financeira. Na média, o indicador P/L fica entre 10 e 14. Alguns setores da bolsa, como é o caso do varejo, estão tendo ganhos expressivos.
Também pesa a visão de que o Federal Reserve pode estar mudando a trajetória de juros nos Estados Unidos.
Fala, Powell
Hoje, o principal indicador econômico é a produção industrial de outubro, divulgada pelo IBGE.
Depois da valorização de 12,54% em novembro, o Ibovespa agora mira em dezembro renovar sua máxima histórica. Para isso, o principal índice do mercado de ações brasileiro precisa superar a marca de 131.190 pontos, alcançada em 7 de junho de 2021.
Logo na abertura do mês, as atenções dos agentes financeiros estarão concentradas em dois discursos de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, em evento no Spelman College, em Atlanta.
Powell fala às 13h e às 16h participa de um bate-papo (ao lado de uma lareira) com a diretora do Fed Lisa Cook.
As palavras de Powell naturalmente têm força de mexer com os ativos globais. E dessa vez o mercado quer saber se ele dará alguma pista de que o Fed pode antecipar o debate sobre corte de juros.
Na véspera, o PCE (índice de preços de gastos com consumo) de outubro trouxe números estáveis e dentro do esperado. Vale lembrar que o dado inflacionário é o preferido do Fed na formulação de sua política monetária.
Então, os agentes prestarão atenção no grau de satisfação de Powell com o acomodamento dos preços nos EUA. Se abrir um flanco para relaxar os juros antes do esperado, o Ibovespa ganha um bom estímulo para engatar novas altas.
Bolsas asiáticas
Os mercados acionários da Ásia não tiveram sinal único, nesta sexta-feira (1). Entre as principais, Tóquio registrou perda modesta, e Xangai subiu, bem próxima da estabilidade e após ter chegado a cair em parte da sessão.
A Bolsa de Xangai fechou em alta de 0,06%, em 3.031,64 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, subiu 0,25%, a 1.975,11 pontos.
Na agenda, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da China subiu de 49,5 em outubro a 50,7 em novembro, na máxima em três meses, segundo a S&P Global e a Caixin.
O resultado superou a previsão de 49,8 para o PMI industrial, dos analistas ouvidos pela FactSet, e vem um dia depois que o PMI oficial da indústria do país recuou em novembro (de 49,5 no mês anterior a 49,4).
“A divergência do PMI da Caixin e do oficial é normal, quando a economia não está tão bem”, avaliou Dan Wang, economista-chefe do Hang Seng Bank China, que cita a retirada de investimento estrangeiro como um fator que cria cautela no mercado chinês.
Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,17%, a 33.431,51 pontos. Segundo a Saxo Markets, investidores se posicionavam no mercado japonês para declarações mais tarde do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell. Entre ações em foco, Rakuten Group recuou 4,4% e M3 teve baixa de 3,6%.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em queda de 1,25%, em 16.830,30 pontos. Já em Taiwan, o Taiex subiu 0,03%, a 17.438,35 pontos.
O índice Kospi, da Bolsa de Seul, registrou queda de 1,19%, a 2.505,01 pontos. Realização de lucros foi citada como motivo, após ganhos recentes no mercado sul-coreano, que teve a quinta semana consecutiva de avanço. SK Innovation caiu 6,1%, após três dias de altas, e LG Energy Solution recuou 5,7%.
Na Oceania, em Sydney o S&P/ASX 200 teve baixa de 0,20%, a 7.073,20 pontos. O setor de tecnologia foi o mais pressionado, no mercado australiano, após fraqueza vista ontem nesse segmento em Nova York, enquanto entre os bancos o quadro foi misto.
Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo
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