Morning call: mercados operam em ‘silêncio’ à espera do discurso de Powell em Jackson Hole
No Brasil, os números da arrecadação federal de julho, que serão divulgados pela Receita, são o principal destaque da agenda de hoje; mercado acompanha falas de Galípolo
Os números da arrecadação federal de julho, que serão divulgados pela Receita, são o principal destaque da agenda de indicadores desta quinta-feira.
Nos Estados Unidos, os números semanais de pedidos de seguro-desemprego e a leitura preliminar de agosto do índice de gerentes de compras (PMI) composto também devem concentrar as atenções dos agentes.
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Além disso, o mercado se atenta a novas declarações do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que participa de evento na Fenabrave durante a tarde.
Mercado de olho em Jackson Hole
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, fará um discurso em uma reunião de banqueiros centrais nesta sexta-feira (23). O encontro de Jackson Hole, que está em sua 47ª edição, acontece no Wyoming (EUA), de quinta (22) a sábado (24). A expectativa é de que Powell discurse às 11h de sexta-feira.
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O tema central do evento é ‘Reavaliando a Eficácia e Transmissão da Política Monetária.’ E, segundo os organizadores (o Fed de Kansas City), o objetivo é explorar as lições aprendidas com a resposta da política monetária à pandemia e à escalada da inflação.
Há dois anos, Powell aproveitou a reunião para transmitir uma mensagem contundente. Na ocasião, ele disse que o Fed estava decidido a domar a inflação. Por isso, aceitaria uma recessão como o custo para atingir esse objetivo, se necessário. O comitê de política monetária dos EUA havia começado, em março de 2022, a elevar os juros. O objetivo era conter o aumento da inflação pós-Covid.
Segundo o último relatório para inflação nos EUA (julho), em 12 meses, a escalada de preços desacelerou de 3,0% para 2,9%. Contudo, a inflação no país ainda não voltou à meta de 2% estabelecida pela autoridade monetária.
Atualmente a taxa de juros nos EUA está no intervalo de 5,25% a 5,50%.
Clima de apreensão, com mercado em alta
No ano passado os ares em Jackson Hole eram de otimismo. Agora, novamente, o clima é de apreensão. A expectativa do mercado é de que Powell dê pistas sobre os rumos dos juros nos EUA.
Isso porque a próxima reunião de política monetária nos EUA acontece de 17 a 18 de setembro. E é amplamente esperado que o Fed anuncie o primeiro corte de juros já neste próximo encontro.
Embora haja uma divisão quanto a uma redução de 0,25 ponto percentual ou um corte mais agressivo, de 0,5 ponto.
Roberto Campos Neto, o presidente do Banco Central, também estará presente em Jackson Hole, no momento em que o mercado de juros local tem fortificado as apostas em um aumento da Selic até o fim deste ano.
Mesmo diante da expectativa do discurso de Powell, os mercados acionários operaram em alta na quarta, na medida em que os agentes financeiros incorporam nos preços dos ativos o tom “dovish” (leve) observado ontem na ata da decisão de política monetária de julho do Federal Reserve (Fed).
A perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos, assim, dá sustentação às bolsas do mundo.
Morning call: como fechou a bolsa de valores na quarta-feira?
O Ibovespa bateu o terceiro recorde de fechamento consecutivo na quarta, impulsionado pela alta firme das ações da Vale.
O Ibovespa subiu 0,28%, aos 136.464 pontos. Na mínima intradiária, tocou os 136.086 pontos e, na máxima, os 137.040 pontos.
O volume financeiro negociado na sessão (até as 17h15) foi de R$ 20,04 bilhões no Ibovespa e R$ 25,63 bilhões na B3 .
O dólar comercial exibiu depreciação de 0,07%, a R$ 5,4810, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,4590 e tocado na máxima de R$ 5,5102. Já o euro comercial exibiu valorização de 0,17%, a R$ 6,1117.
Morning call: como fecharam as bolsas de Nova York?
O índice Dow Jones fechou em leve alta de 0,14%, a 40.890,49 pontos; o S&P 500 subiu 0,42%, a 5.620,85 pontos; e o Nasdaq avançou 0,57%, a 17.918,99 pontos.
O ímpeto às ações veio da expectativa cada vez mais consolidada por um corte de juros do Federal Reserve (Fed) em setembro, já que tanto a ata da reunião de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) quanto a revisão em baixa na geração de empregos nos Estados Unidos indicaram que o banco central do país começará o seu ciclo de flexibilização monetária no mês que vem.
Morning call: como fecharam as bolsas da Ásia?
As bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quinta-feira impulsionadas pelos ganhos de Wall Street durante a noite depois que a ata da reunião do Federal Reserve (Fed) de julho mostrou que as autoridades do banco central estão dispostas a cortar os juros em setembro.
No Japão, o índice Nikkei subiu 0,7% a 38211,01 pontos.
Na Coreia do Sul, o índice Kospi subiu 0.2% a 2707,67, registrando ganhos pela terceira sessão consecutiva.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 1,4% a 17641,00 também impulsionado por expectativas de corte de juros pelo Fed depois da divulgação da ata da reunião de julho.
Na China continental, o índice Xangai fechou em queda em um dia de cautela com os investidores esperando a decisão de juros do banco central chinês – o PBoC – na próxima segunda.
E, na Índia, o índice Sensex fechou em alta de 0,18% a 81.053,19 pontos, também impulsionado por expectativas de cortes de juros em setembro depois da divulgação da ata ontem.
Com informações do Valor Econômico.