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Morning call: revisões da Selic entram no radar antes de dados de inflação do Brasil, EUA e China
O morning call de hoje destaca o Boletim Focus como a principal agenda desta terça-feira (9). O relatório do Banco Central antecede a divulgação do IPCA de março, previsto para a quarta-feira (10), que pode estimular mudanças nas projeções econômicas.
Aliás, o próprio Focus deve trazer novidades em relação ao que o mercado financeiro espera para inflação, taxa Selic e crescimento do PIB do Brasil em 2024.
Para lembrar, a estimativa para o IPCA ao longo do prazo continua ao redor de 3,50%, acima da meta inflacionária de 3,0%. Equanto a previsão de avanço da economia no ano melhora há sete semanas.
Contudo, os agentes vão olhar mesmo potenciais ajustes nos rumos do juros básicos da economia. O consenso das apostas para a Selic terminal está em 8,5% há 17 semanas.
Na véspera, a Itaú Asset já mudou a sua visão. A gestora passou de 9,25% para 9,50% a expectativa da Selic no fim deste ano.
Do mesmo modo, a casa alterou de 8,75% para 9,50% a projeção para a taxa de juros lá no encerramento de 2025.
Esse ajuste veio no embalo de uma piora nas estimativas da Itaú Asset para o IPCA: de 3,7% para 3,8% no ano de 2024 e de 3,7% para 3,9% em 2025.
“Serviços seguem pressionados e com uma desaceleração mais lenta do que o esperado, rodando ao redor de 5% em decorrência de uma atividade forte e um mercado de trabalho apertado, o que reforça a cautela apresentada pela autoridade monetária em suas comunicações recentes”, explica a gestora.
“Além disso, o comportamento dos preços das commodities e dos alimentos não aparenta facilitar a desinflação adicional”, completa.
Ibovespa retomou fôlego?
Na sequência do morning call, a expectativa é saber o que vai acontecer com o Ibovespa hoje. Além do IPCA, a semana será marcada pela divulgação do CPI de março, o índice de inflação dos Estados Unidos.
“Uma surpresa positiva CPI dos EUA, logo após o forte dado de emprego, pode intensificar dúvidas sobre cortes do Fed”, alerta o Barclays.
A ferramenta FedWatch, do CME Group, indicou na segunda uma alteração importante de panorama. A chance de começo do ciclo de corte dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deixou de ser majoritária na reunião de junho.
Em suma, parte significativa do mercado já considera que a flexibilização das taxas americanas podem começar apenas no encontro de julho.
Porém, parte desse pessimismo não afetou o desempenho da bolsa de valores brasileira. O Ibovespa, índice de referência do mercado local, avançou 1,63%, aos 128.857,16 pontos. O dólar aproveitou o movimento e baixou 0,68%, cotado a R$ 5,0312.
A Vale (VALE3) foi protagonista no pregão da véspera, com um salto de 5,41%. A mineradora pegou embalo na valorização do minério de ferro na China.
Simultaneamente, Petrobras (PETR3; PETR4), Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), que compõem os cinco papéis de maior peso do Ibovespa, também avançaram no dia.
Petrobras ainda no radar
Por último no morning call, a novela Petrobras segue em cartaz com as especulações em torno da permanência de Jean Paul Prates na presidência e, principalmente, do pagamento dos dividendos extraordinários retidos pela companhia.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, admitiu que interessa ao governo a distribuição do provento adicional, diante da necessidade de receitas para cumprir a meta de déficit zero.
No entanto, Durigan esclareceu que o pagamento deve seguir as regras do mercado financeiro.
Posteriormente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reiterou a posição da pasta e declarou que cabe à Petrobras a decisão de distribuir ou não o dividendo retido.
Bolsas da Ásia
Lá fora, as bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em alta nesta terça. Liderando os ganhos na região asiática, o índice Taiex avançou 1,85% em Taiwan, a 20.796,20 pontos, à medida que a ação da Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC) saltou 4,6%, a preço recorde, após o maior fabricante de chips do mundo garantir subsídios de até US$ 6,6 bilhões do governo dos EUA para um complexo fabril que está em construção em Phoenix, no Arizona.
Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei subiu 1,08% em Tóquio, a 39.773,13 pontos, e o Hang Seng teve ganho de 0,57% em Hong Kong, a 16.828,07 pontos.
Na China continental, o Xangai Composto mostrou alta marginal de 0,05%, a 3.048,54 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,82%, a 1.750,80 pontos.
A exceção foi o sul-coreano Kospi, que caiu 0,46% em Seul, 2.705,16 pontos, pressionado por ações de eletrônicos e biotecnologia.
Investidores da Ásia e de outras partes do mundo estão em compasso de espera antes da atualização da inflação mensal na China, tanto ao consumidor (CPI) quanto ao produtor (PPI).
Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul hoje, se aproximando de seu fechamento recorde. O S&P/ASX 200 avançou 0,45% em Sydney, a 7.824,20 pontos.
Wall Street
Já as bolsas de Nova York fecharam sem direção única na segunda, com variações marginais, diante da crescente expectativa por uma postura mais conservadora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) no ciclo de corte de juros, à medida que investidores aguardam importante dado de inflação nos EUA nesta semana.
O índice Dow Jones encerrou a sessão em baixa de 0,03%, aos 38.892,80 pontos; o S&P 500 cedeu 0,04%, aos 5.202,39 pontos. O Nasdaq subiu 0,03%, aos 16.253,96 pontos.
Entre os destaques, a ação da Tesla saltou 4,90%, após o CEO da empresa, Elon Musk, confirmar planos de lançar um “robotaxi” em agosto.
Por outro lado, Boeing recuou 0,86%, depois que a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos EUA informou que abriu investigação sobre a queda de uma peça de um avião da Southwest Airlines durante a decolagem no domingo.
O papel da Trump Media & Technology despencou 8,43%, em meio a incertezas sobre as métricas financeiras da empresa de mídia ligada ao ex-presidente dos EUA e provável candidato republicano nas eleições de novembro, Donald Trump.
No geral, o ímpeto foi limitado pela percepção de que o Fed adotará relaxamento monetário mais cauteloso que o previsto no início do ano, sobretudo após o relatório de emprego, payroll, mostrar mercado de trabalho ainda robusto nos EUA na última sexta-feira.
Com informações da Dow Jones Newswires e do Estadão Conteúdo.
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