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Troca na Petrobras: Adriano Pires já criticava controle de preços dos combustíveis em 2012
O presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) e especialista em energia, Adriano Pires, indicado pelo governo para assumir o comando da Petrobras, é um histórico crítico do controle de preços dos derivados de petróleo.
“A Petrobras é a única petroleira que não ganha quando a gasolina sobe”, declarou em 2012 durante Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol.
Na ocasião, Pires defendeu que os preços da gasolina no mercado doméstico acompanhem a tendência do mercado internacional. “Ninguém defende que a política de preços do petróleo deva seguir o dia a dia do mercado, que é volátil. Mas ele deve seguir a tendência”.
Em 2014, durante a disputa eleitoral para a presidência da República, Pires chegou a afirmar que se Aécio Neves (PSDB) fosse eleito o setor de energia seria reconduzido “para os trilhos”. “Vamos deixar de usar a Petrobras para fazer política econômica, vamos deixar de administrar preços de combustíveis, vamos recuperar a produção da Petrobras, vamos resgatar a autoestima dos funcionários da Petrobras”, frisou em entrevista para Miriam Leitão, na Globonews.
Em 2015, Pires voltou ao assunto, afirmando que o silêncio da Petrobras em relação à sua fórmula de ajuste nem sempre foi regra da empresa. Ele lembrou a Lei nº 9.478/1997, que abriu o mercado de petróleo, que determinou período de transição quando os preços do petróleo, gás natural e seus derivados seriam fixados por Portaria Interministerial. “Poderia ser feito isso de novo, com um período de transição, com a adoção de fórmula paramétrica; e depois, com preços livres nas refinarias”, sugeriu na época. Segundo ele, seria a única maneira de tornar o mercado doméstico brasileiro atrativo para investidores internacionais, principalmente no que concerne a investimentos privados no parque de refino brasileiro.
Mesmo com o petróleo atingindo novas máximas em três anos, em 2018 Pires defendeu que a versão atual ajustada da política de preços de combustíveis da Petrobras, com reajustes diários para a gasolina e diesel, em linha com os valores internacionais “é eficaz tanto para a empresa quanto para o país”.
Na época, o especialista chegou a declarar que “temos que entender que os preços de gasolina, diesel, GLP [gás liquefeito de petróleo], vivem de oscilações. Claro que um problema geopolítico [que afete os preços] não pode ser transferido para o país. Mas as menores oscilações sim”, acrescentou.
A recente alta no preço do barril de petróleo no mercado internacional rendeu nova manifestação do especialista, no início de fevereiro. Segundo ele, novos reajustes eram esperados, pois, nas contas de Pires, os preços do diesel e da gasolina no mercado interno já teriam chegado a uma defasagem de 10% em relação à paridade internacional.
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