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Acionistas pedem que Americanas divulgue relatório integral do comitê independente
O Instituto Empresa anunciou, nesta segunda-feira (11), que notificou a Americanas para que a companhia disponibilize ao mercado e aos seus acionistas a cópia integral do relatório elaborado pelo comitê independente que apurou as causas e responsabilidades relacionadas à fraude contábil.
- Leia mais: Americanas convoca assembleia para discutir possível ação contra ex-executivos
“O conselho de administração teve acesso ao relatório e orientou a diretoria para que tomasse as medidas cabíveis para a defesa dos interesses sociais e ressarcimento dos prejuízos causados, mas os acionistas minoritários não”, afirma Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa.
O Instituto Empresa, criado em 2017, representa interesses de aproximadamente 500 acionistas e ex-acionistas minoritários da Americanas. Em julho, logo após o anúncio do fim dos trabalhos do comitê, a entidade pediu a divulgação do relatório. Em setembro, pediu a exclusão da Americanas do segmento Novo Mercado.
“Sem esse documento não há como se realizar uma deliberação válida sobre a responsabilidade exclusiva de alguns dos tantos ex-diretores envolvidos, nem como aferir o comportamento dos controladores e de outros órgãos que deveriam ter zelado pela governança”, diz Silva.
A Americanas convocou assembleia para o próximo dia 11 de dezembro, quando acionistas deliberarão sobre a abertura de processo contra ex-diretores da companhia envolvidos na fraude. O prazo para que os acionistas informem se participarão terminará em 9 de dezembro.
O presidente do Instituto Empresa afirma que o relatório demonstra a fraude contábil que causou prejuízos à Americanas, acionistas minoritários, colaboradores e outros stakeholders, mas as poucas informações disponibilizadas ao mercado são insuficientes para deliberar corretamente sobre o assunto em assembleia.
O comitê independente foi instituído pela Americanas para averiguar as inconsistências em lançamentos contábeis e, após quase 18 meses de trabalho, confirmou a existência de fraude, caracterizada, principalmente, por lançamentos indevidos, dentre outras operações fraudulentas e incorretamente refletidas no balanço da companhia.
O Valor obteve o relatório do comitê independente e aprofundou o que já se sabia sobre o caso, incluindo a forma como a fraude contábil era realizada pelos ex-diretores e a relação da empresa com bancos, auditores e outras partes interessadas para esconder os crimes.
Procurada, a Americanas não respondeu a pedidos para comentar a notificação feita pelo Instituto Empresa.
*Com informações do Valor Econômico
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