Depois de apresentar resultados muito aquém do esperado no terceiro trimestre, o comando da M. Dias Branco afirmou que as correções internas para readequação das despesas e ganho de eficiência devem continuar surtindo efeito no quarto trimestre e no ano que vem. A companhia realizou teleconferência com analistas na manhã desta segunda-feira (11). Durante o evento, as ações da M. Dias caíam 11,4%, cotadas em R$ 22,37, a maior desvalorização do mercado no dia.
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Para Gustavo Teodozio, vice-presidente de finanças, controladoria e relações com investidores, o resultado de julho a setembro ficou abaixo do potencial da companhia, mas não revela uma falha na estratégia adotada. “A estratégia continua a mesma, mas houve a necessidade de fazer correções de rota em um cenário mais volátil”, disse.
Do ponto de vista de custos, a companhia enfrentou maior pressão em função do aumento do preço das commodities, principalmente trigo e óleo de palma, além da desvalorização do real. “Temos tentado repassar preço, mas o mercado está mais difícil, o que exige mais precisão no processo”, disse Teodozio. O executivo acrescentou, ainda, a redução dos estoques das varejistas em função das taxas de juros elevadas, o que interferiu na dinâmica de volumes.
Diante dos desafios no contexto externo, que devem persistir nos próximos meses, a companhia entende que tem muito a evoluir na execução interna. “A conjuntura trouxe elementos que não são novos, mas que, combinados, destravaram planos que já estavam no nosso radar de melhorias operacionais”, afirmou Fabio Cefaly, diretor de novos negócios e de relações com investidores.
Mudanças anunciadas
Além da redução das despesas administrativas e com vendas (SG&A na sigla em inglês), para adequá-las ao patamar de receitas atual, a companhia também anunciou medidas como a consolidação do time comercial em uma única diretoria nacional e de um time focado em excelência comercial, ajustes na malha logística, redução de postos de trabalho, criação de um time focado em food service e fortalecimento das exportações.
Até então, a M. Dias atuava com as divisões estratégicas de ataque e defesa, sendo a primeira formada pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste – onde tem menor participação de mercado – e a segunda, pelas regiões Norte e Nordeste, locais em que a fabricante de massas e biscoitos possui presença mais consolidada.
“Isso não significa que deixaremos de aproveitar oportunidades de crescimento acelerado fora do eixo Norte-Nordeste. Nesse momento, mais do que ter duas grandes regiões, precisamos entender e diagnosticar cada mercado de forma mais granular”, disse Cefaly.
Segundo Teodozio, as mudanças começaram a ser implementadas no início do trimestre; os efeitos maiores devem ser sentidos a partir do quarto trimestre e em 2025. “A companhia pode evoluir muito em execução e temos vários projetos em curso nessa direção”, disse.
*Com informações do Valor Econômico
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