Ambev prioriza recuperação da Skol em 2025 após queda de vendas
A queda no volume de vendas da Skol, uma das marcas mais conhecidas de cerveja no Brasil, está no radar da diretoria da Ambev (ABEV3), que colocou a recuperação da cerveja como prioridade para 2025. A sinalização foi dada por Carlos Lisboa, presidente da Ambev, na sua primeira teleconferência de volta à empresa, nesta quarta-feira.
“A queda no volume de Skol não foi compensada pelo crescimento de Brahma e Antarctica, que levou a uma queda de 1% no volume das cervejas ‘core’ [como são chamadas as marcas mais econômica, em 2024]”, disse.
A Ambev reportou que seus volumes totais no quarto trimestre de 2024 caíram 3,2% na comparação anual, para 50,4 milhões de hectolitros, influenciados por uma indústria difícil na Argentina e por um clima adverso no Brasil. O clima é um fator central no estímulo do consumo de cervejas.
O executivo explicou que no Brasil são três marcas principais e que têm uma complementariedade de crescimento, embora operem em níveis diferentes de competição pelo país.
“Quando você pensa sobre Skol, junto da Brahma, elas são as duas das marcas mais importantes em termos de volume na Ambev. Muitas das nossas iniciativas foram assertivas em muitas marcas e afetaram positivamente Brahma e Antarctica. Esse não foi o caso da Skol. A gente entende que 2024 não foi um ano bom para a marca”, disse.
O executivo destacou que nesse início de ano a empresa já liberou uma nova campanha de publicidade para fortalecer a Skol. “A Skol é líder em 17 estados brasileiros. Cerca de 50% dos consumidores brasileiros de cerveja consumiram Skol nos últimos três meses. Diante de tudo isso, é obvio que é uma prioridade para nós colocar essa marca em uma posição de crescimento”, disse o executivo, que ajudou a dar força à marca Skol na sua passagem anterior pela Ambev.
Preço da cerveja no Brasil
Ainda em sua primeira teleconferência como CEO da Ambev, Carlos Lisboa destacou que a concorrência forte no mercado de cervejas continua uma realidade no Brasil. Dentro deste contexto, assim como commodities em alta e real desvalorizado, a política de precificação da empresa vai ser determinante neste ano para que o grupo alcance patamares mais elevados de entrega de margens, disse o executivo.
“Se tem algo que não mudou desde minha saída é que o Brasil sempre foi muito competitivo. Hoje não é diferente. Mas a gente sempre teve três das cinco marcas mais relevantes no Brasil desde o início da Ambev. A competição é forte, mas ela nos faz forte e fortalece a categoria”, disse.
“O que posso dizer é que preço vai ser um componente central para entregar nossa ambição de continuar expansão de margem em 2025 junto da administração de custos [e de receitas]”, disse o executivo ao ser questionado sobre detalhes dos reajustes para este ano.
A disputa por preço deve ditar o passo do mercado neste ano no Brasil. Em balanço no último dia 13, a diretoria global da Heineken indicou que está disposta a brigar por preço com seus concorrentes no Brasil, em especial a Ambev, em 2025. A disputa para fisgar o consumidor pelo bolso, antes uma briga das marcas populares, está avançando no mercado premium.
Os executivos da Heineken destacaram que um dos seus competidores (ele não citou nomes, mas ficou implícito que seria a Ambev) iniciou um processo de repasse de preços – tradicionalmente são dois repasses da indústria no ano, antes do carnaval e em meados de outubro -, mas que isso não significaria que a Heineken tem de responder a esse movimento.
No fim do ano passado, o setor viu a Petrópolis, dona da Itaipava, mais agressiva em sua política de precificação tentando dominar o segmento econômico, a ação levou o grupo a ter crescimento significativo no fim do ano, mas o grupo não manteve a política de desconto.
Com informações do Valor Econômico
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