‘Não temos medo de mudar nem de errar’, diz à IF Artur Grynbaum, vice-presidente do Conselho do Grupo Boticário
Empresário fala sobre os próximos passos da companhia, que faturou mais de R$ 23 bilhões no ano passado, e sobre a própria trajetória, que começa em um comércio familiar em Curitiba, mesma cidade onde foi fundado o Boticário
Artur Grynbaum é um bom contador de histórias, como você vai perceber neste Visão de Líder. Entretém o interlocutor tanto ao falar da sua transformação em um dos principais executivos do Brasil nas últimas décadas quanto ao comentar as relações pessoais com seu chefe. Antes de seguir, vale voltar um pouco no tempo.
O atual vice-presidente do Conselho do Grupo Boticário foi CEO da companhia por mais de 13 anos. A trajetória começou em 1986, quando ele foi contratado como assistente financeiro. Grynbaum é cunhado do fundador do Boticário, Miguel Krigsner.
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Mas não é só isso. Além do parentesco, eles são melhores amigos (apesar dos 20 anos de diferença) e têm uma relação de chefe e subordinado. Afinal, Krigsner é o presidente do Conselho. “O segredo para a relação funcionar bem é que sabemos colocar o chapéu correto para cada circunstância”, diz ele nesta entrevista à Inteligência Financeira.
O Grupo Boticário chega aos 46 anos de vida com otimismo sobre as perspectivas para o negócio. “As pessoas começaram a entender que vão viver mais e não querem chegar lá de qualquer jeito”, afirma Grynbaum. “Do nosso lado, temos uma visão de longo prazo, sem perder a mão do dia a dia, da velocidade.”
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Na entrevista, Artur fala sobre sua chegada na companhia, a parceria com Krigsner, a transição do posto de CEO (que hoje é exercido pelo executivo Fernando Modé) para o Conselho, o futuro do grupo, o papel dos influenciadores de beleza e a força da inteligência artificial.
No fundo, o que Artur quer hoje é o mesmo que queria quando entrou na companhia. “Meu objetivo não é ser o maior, mas sim o melhor.”
Seu plano de negócio pode ser resumido em uma frase dita durante a entrevista: “Quero ter o maior share da necessaire das pessoas.” Em outras palavras: ele não quer que os produtos do Boticário sejam a única escolha das pessoas quando se trata de itens de beleza. Prefere que seja o dominante, pois tem consciência de que o mercado é altamente competitivo e que é natural que as pessoas escolham um shampoo de uma marca e um perfume de outra.
Qual é o tamanho do Grupo Boticário?
O Grupo Boticário é dono de números vultosos. Tem no portfólio as marcas próprias O Boticário, Eudora, Quem Disse Berenice, Vult, Truss, Dr. Jones. Entre as licenciadas, estão a Australian Gold e Nuxe. Além delas, a plataforma Beleza na Web.
O Grupo ainda tem negócios na área financeira, com a fintech Mooz (meios de pagamento para o varejo); no Digital com a GAVB e a Casa Magalhães (para análise de dados); Logística com a Equilibrium (que é uma plataforma para gestão de entregas) e Conteúdo com a Loucas por beleza (para gerar retenção de consumidores).
Em 2022, o faturamento do conglomerado foi de R$ 23,6 bilhões, um crescimento de 31% em relação ao ano anterior. Deste total, 30% vieram de lançamentos.
Quanto às lojas, são 4 mil pontos de venda espalhados por 1.780 cidades. As unidades são geridas, organizadas, comandadas, administradas e lideradas por 44 mil funcionários diretos e indiretos.
“Mas nós não nos acomodamos. Não temos medo de mudar, nem de errar”, contou Artur Grynbaum para a Inteligência Financeira.
Quem é Artur Grynbaum?
A história de Artur começa antes do Boticário, quando ainda era adolescente. “Eu também vim do comércio, pois trabalhava na loja dos meus pais, e tive a oportunidade de crescer lá dentro. Então, cuidei de banca, fiz estoque, fui porteiro de loja, office boy, e nesta caminhada acabei me apaixonando pelo varejo”, conta.
Provavelmente nem ele imaginava que chegaria aos 54 anos com tamanha trajetória e uma fatia de 20% de uma das maiores empresas brasileiras.
A importância da experiência do consumidor
O executivo contou para a Inteligência Financeira que, ao longo de toda a sua trajetória, inclusive nos dias de hoje, existe uma pergunta que ele sempre tem em mente, que é: “O que faz os consumidores entrarem em uma loja O Boticário, e não na concorrência?”.
Com o passar do tempo, Artur entendeu que não era apenas o produto em si o motivo de os clientes comprarem um produto com o selo O Boticário. “Existe também toda uma questão que envolve a experiência do consumidor. Ou seja, a recepção do cliente na loja, a exposição dos produtos, a montagem da vitrine, o pós-venda, a atenção dada ao consumidor na troca de um produto”, afirma.
E será que depois de tanto tempo a resposta para esta pergunta que segue na mente do executivo continua a mesma? É o que você confere na entrevista completa de Artur Grynbaum. É só apertar o play no vídeo.