Raios e alta tensão marcam eleição para conselho de administração da Eletrobras

Bloco da situação propõe recondução de seis membros atuais e um sétimo indicado. Outras três cadeiras podem ir para nomes do governo. Mas três candidatos correm por fora

Predio da companhia Eletrobras - foto: divulgação/empresa
Predio da companhia Eletrobras - foto: divulgação/empresa

A eleição para o conselho de administração da Eletrobras (ELET3) está intensificando uma disputa entre indicados pela companhia e concorrentes alternativos. A briga ganhou novo capítulo nesta quarta-feira (16), com a empresa de energia conclamando os acionistas a votarem nos candidatos da situação, na assembleia geral no próximo dia 29.

“Os membros do colegiado, a esmagadora maioria de seus membros – 8 de 9 –, apoiaram a decisão sobre renovação e recondução de membros para a sucessão do conselho de administração, a qual considerou as reais contribuições e qualificações necessárias ocupar uma posição neste colegiado”, afirmou a Eletrobras em carta aos acionistas.

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A chapa da Eletrobras propõe a recondução de 6 dos atuais 9 conselheiros (Ana Silvia Corso Matte, Daniel Alves Ferreira, Felipe Villela Dias, Marisete Dadald Pereira, Vicente Falconi Campos e Pedro Batista de Lima Filho), além de Carlos Marcio Ferreira.

Segundo a situação, a eleição desta chapa evitaria “grandes rupturas” que pudessem comprometer o objetivo da Eletrobras “de se tornar uma das maiores provedoras de soluções energéticas mundiais”.

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Acordo com União abre mais uma vaga no conselho da Eletrobras

A assembleia também vai votar a proposta para aprovar o acordo firmado em março pela companhia com o governo federal. Ele prevê que o número de assentos da União no conselho de Eletrobras subirá de um para três.

Se a proposta tiver aval dos acionistas, o conselho da gigante de energia subirá de 9 para 10 membros.

Os três indicados da União participarão de uma eleição separada. Os indicados pelo governo são os ex-ministros de Minas e Energia Silas Rondeau e Nelson Hubner, além de Maurício Tolmasquim, ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e atual diretor da Petrobras.

O desdobramento desse desenho é que ele tira do colegiado Marcelo Gasparino da Silva, que se apresenta como representante dos acionistas minoritários, e agora de candidata de forma independente. Além dele, outros dois nomes alternativos surgiram: José João Abdalla e Afonso Henriques Moreira Santos.

Gasparino atualmente também é vice-presidente do conselho de administração da Vale (VALE3).

Já Abdalla é acionista e membro do conselho de administração da Petrobras (PETR4).

Em carta recente aos acionistas da Eletrobras, da qual também é acionista, Abdalla defendeu sua candidatura, argumentando que “embora exista uma interseção nos negócios das duas companhias, entendo que essa concorrência é limitada”.

Moreira Santos, por fim, é conselheiro do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão que regula o setor elétrico, incluindo a própria Eletrobras.

Disputa cresce após privatização

A disputa pelo conselho acontece no limiar da oficialização de um acordo entre Eletrobras e governo federal.

Com a privatização em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro, diminuiu a participação da União na Eletrobras, de 69% para 43%.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que assumiu em 2023, criticou o modelo de privatização, que deixou a União com apenas uma cadeira no conselho. Agora, a assembleia pode resolver esse imbróglio.

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