Consumo de alumínio registra 4º trimestre seguido de alta e acumula expansão de 12,1% em 2024

O consumo de produtos de alumínio apresentou crescimento de 12,1% entre janeiro e setembro de 2024, conforme levantamento da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). O volume registrado no período foi de 1,2 milhão de toneladas, frente a 1,09 milhão de toneladas em igual intervalo do ano anterior.

O número engloba o quarto trimestre consecutivo de crescimento, segundo a Abal. De julho a setembro de 2024, o consumo doméstico de alumínio foi de 438 mil toneladas — no mesmo período, em 2023, o volume registrado foi de 378 mil toneladas, com acentuada expansão de 15,9%.

Segundo o levantamento, os setores de embalagens, transportes, eletricidade, construção civil e bens de consumo registraram alta na comparação com os primeiros nove meses do ano passado e impulsionaram o consumo de alumínio no país em 2024.

O consumo de alumínio no setor de eletricidade registrou um crescimento de 17% no período, estimulado pelo aumento da demanda por cabos elétricos de alumínio devido às novas linhas de distribuição de energia e à expectativa de grandes investimentos em novas linhas de transmissão.

Mercado imobiliário

Construção civil registrou um aumento de 15% na demanda, em meio à maior concessão de crédito para o mercado habitacional e à retomada de projetos imobiliários financiados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O setor de embalagens teve crescimento de 12%, acompanhando o aquecimento da economia doméstica nos primeiros nove meses do ano, refletindo o acréscimo da massa de renda das famílias, além das condições climáticas que levaram a temperaturas mais altas esse ano.

Bens de consumo apresentaram crescimento de 10%, com o movimento de recuperação da produção doméstica de eletrodomésticos (panelas de alumínio), linha branca (refrigeradores) e aparelhos de ar-condicionado, favorecida pelas condições climáticas. Outro fator relevante foi a antecipação da produção na Zona Franca de Manaus, onde os fabricantes ajustaram suas operações ao longo do ano para mitigar os riscos de interrupção gerados pela seca em rotas de navegação de cabotagem.

O item Transportes apresentou uma expansão de 9%, atrelada ao maior consumo de alumínio para atender à crescente demanda do mercado de caminhões, implementos rodoviários e carrocerias de ônibus, com destaque para os micro-ônibus.

Trajetória de crescimento positiva

A presidente da Abal, Janaina Donas, diz que esses dados mostram uma trajetória de crescimento positiva, muito influenciada pela estabilidade da economia, o que acaba gerando um consumo maior. Na visão dela, a projeção é que os números para o ano de 2024 também fechem no positivo.

“Estamos saindo de dois anos de recuo e acredito que a gente vai fechar o ano com crescimento positivo, embora a gente não trabalhe com projeções, mas com uma possibilidade de ter, talvez, um novo recorde que ainda precisa ser confirmado”, afirma.

Após quatro trimestres consecutivos de crescimento no consumo de alumínio, Janaina diz que fica evidente que a atividade doméstica se manteve aquecida ao longo do ano, e o desempenho reflete não apenas o aumento na confiança dos agentes da indústria, “mas também a recuperação do mercado de trabalho e a melhoria nos níveis de geração de renda, fatores que impulsionaram esse expressivo crescimento de dois dígitos”.

*Com informações do Valor Econômico

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