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Corsan e Elera firmam parceria para autoprodução de energia solar em MG
A empresa de saneamento Corsan, controlada pela Aegea, se juntou com a Elera, empresa do grupo canadense Brookfield, e migrou para o segmento de autoprodução de energia.
Neste modelo de negócios, o consumidor passa a deter uma participação acionária em uma usina e recebe outorga para produzir energia elétrica destinada a seu uso exclusivo.
O contrato de autoprodução por arrendamento tem duração de 15 anos e prevê que a Corsan detenha 144 megawatts (MW) de capacidade do Complexo Solar Janaúba, no interior de Minas Gerais. Neste contrato, a Elera é remunerada pelo aluguel de duas Sociedades de Propósito Específico (SPEs).
Atualmente, o complexo é o maior da América Latina, com capacidade instalada total de 1,2 GWp, que deverá crescer para 1,6 GWp em 2025, com a expansão para 27 SPEs.
A Corsan é responsável por prestar serviços de abastecimento de água potável e esgotamento sanitário a 317 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul e usa energia renovável para reduzir suas emissões.
Além da busca por custos menores e maior eficiência operacional em uma área em que a energia elétrica é um dos principais insumos, a companhia busca atender suas operações com energia renovável.
A diretora comercial e marketing da Elera, Natascha Padis, explica que o setor de saneamento, tradicionalmente dependente de um elevado consumo energético para o tratamento de água e efluentes, tem intensificado seus esforços em direção à sustentabilidade.
“Ao adotar fontes renováveis, otimizar processos e reduzir custos, a Corsan não apenas reduzirá a própria pegada de carbono, mas também garantirá um fornecimento de água mais eficiente para a população.”
O diretor da área de energia renovável e transição da Brookfield, André Flores, acrescenta que essas parcerias trazem otimização, previsibilidade e sustentabilidade aos consumidores, além de tirar o risco do preço futuro da energia.
Segundo Flores, já existem oito contratos de autoprodução aprovados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e três em processo de submissão para aprovação. Além disso, de outros em estado avançado de negociação.
Só no segmento de saneamento, no último ano, a Elera firmou contratos com outras três empresas: a Iguá, para 50 MW de capacidade entre 2024 a 2038; Águas do Rio, para 100 MW entre 2024 a 2038; e com a BRK, entre 2025 e 2039.
Mesmo não sendo um setor tão intensivo em energia, como cimenteiras, mineradoras e petroquímicas, o segmento de saneamento básico no Brasil tem ajudado a puxar a expansão do mercado livre de energia ou de autoprodução, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Além da busca por custos menores e maior eficiência operacional, as companhias deixam de pagar alguns encargos, o que torna as empresas que adotam este modelo mais competitivas. Por outro lado, como os custos do sistema permanecem os mesmos, o montante acaba sendo rateado pelos outros consumidores.
Para especialistas, essa corrida por contratos deste modelo se deve ao receio de que o governo decida incluir a categoria entre os pagantes dos encargos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo bancado pelos consumidores via tarifa.
Com informações do Valor Econômico
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