Corte no orçamento pode deixar R$ 2 bi de obras rodoviárias em aberto, alertam entidades

O setor de construção pesada afirma que o recente contingenciamento do orçamento público poderá deixar em aberto o pagamento de R$ 2 bilhões de serviços rodoviários executados, o que gera incerteza para as empresas e um risco de paralisação de obras. Nos últimos meses, entidades do setor já vinham preocupadas com a falta de recursos […]

O setor de construção pesada afirma que o recente contingenciamento do orçamento público poderá deixar em aberto o pagamento de R$ 2 bilhões de serviços rodoviários executados, o que gera incerteza para as empresas e um risco de paralisação de obras. Nos últimos meses, entidades do setor já vinham preocupadas com a falta de recursos no orçamento do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para 2024.

No fim de novembro, o órgão chegou a afirmar para as associações, por meio de ofício, que estava em tratativas com o Ministério dos Transportes para a “suplementação e adequações necessárias”. Naquele momento, a perspectiva do departamento era de um limite de desembolso de R$ 1,4 bilhão no mês de novembro e de R$ 976 milhões em dezembro, para o pagamento das obras.

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No entanto, no início de dezembro um novo decreto federal trouxe cortes adicionais que impactaram diretamente o Dnit, o que pegou as empresas de surpresa, segundo Danniel Zveiter, presidente da Aneor (Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias).

“Nunca houve um corte desses. Tiraram todo o limite de dezembro. Isso causa uma hecatombe, porque as empresas estão trabalhando. Vai ter obra que vai parar diante desse cenário de imprevisibilidade dos recebimentos”, afirmou.

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Em uma nova carta, enviada na segunda-feira (3) ao Ministério dos Transportes, as entidades de construção afirmam que há “aproximadamente 1 bilhão de reais para liquidação imediata” e que “a previsão de medições para o mês de dezembro deverá atingir o valor aproximado de mais 1 bilhão de reais, totalizando 2 bilhões de medições como saldo devedor”. Zveiter diz que o pagamento às construtoras se dá sempre após a execução e medição dos serviços, então os valores a serem pagos se referem a intervenções já realizadas.

As associações dizem, ainda, que “a falta de suplementação imediata pode trazer o risco de as empresas assumirem consequências incalculáveis e de difícil reparação, como paralisações de obras, perda de serviços executados, prejuízos financeiros relevantes, atrasos nos cronogramas, demissões, entre outros”.

A carta é assinada pela Aneor, pela Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), pelo Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada) e pela Anetrams (Associação Nacional das Empresas de Engenharia de Consultoria em Infraestrutura, Transporte e Meio Ambiente).

Procurado, o Dnit afirmou, em nota, “que não existem pagamentos atrasados e todos os serviços executados serão medidos dentro dos processos administrativos e dado prosseguimento para os respectivos pagamentos”.

O órgão diz também que “vem atuando junto ao Ministério dos Transportes e ao governo federal para evitar que haja qualquer interrupção na execução das obras em andamento” e que “reafirma seu compromisso com a melhoria da infraestrutura de transportes do país e com a manutenção dos contratos vigentes”.

*Com informações do Valor Econômico

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