Custo de obra não é o problema no momento, diz presidente da Direcional

O aumento do custo da construção não deveria chamar tanta atenção como vem ocorrendo, segundo o presidente da Direcional, Ricardo Gontijo. Em teleconferência, nesta sexta-feira (8), sobre resultados no 3º trimestre, ele destacou que o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), de 5,72% no acumulado em 12 meses, ainda está muito abaixo do que […]

O aumento do custo da construção não deveria chamar tanta atenção como vem ocorrendo, segundo o presidente da Direcional, Ricardo Gontijo. Em teleconferência, nesta sexta-feira (8), sobre resultados no 3º trimestre, ele destacou que o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), de 5,72% no acumulado em 12 meses, ainda está muito abaixo do que chegou na pandemia, quando ultrapassou 17%. Mesmo naquele período, a empresa conseguiu manter a margem bruta na casa de 35%.

Em outubro do ano passado, o INCC estava acumulado em 3,37%. Mesmo a pressão sobre o custo de mão de obra, mais forte em regiões como São Paulo, não deve afetar muito a companhia, segundo Ricardo Gontijo, que ressaltou que a mão de obra representa 25% do custo da companhia.

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“Olha o que já enfrentamos e o que está acontecendo agora. Não deveria ser criado todo esse ruído”, observou o executivo. A Direcional atingiu, no terceiro trimestre, margem bruta de 36,5% e margem bruta ajustada de 38,5%, aumentos de 2 pontos e 1,6 ponto na comparação anual.

Gontijo afirmou que, embora já tenha dito que o indicador deva convergir para 35% no futuro, e se manter assim de forma mais recorrente, a “empresa deve seguir rodando perto de 38% “por um tempo”.

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O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) anualizado ajustado subiu de 25% para 29% na companhia, entre o segundo e o terceiro trimestre, e o presidente afirmou que há expectativa de continuar essa evolução.

O aumento de ROE deve vir mais do giro de vendas do que de ganhos de margem, afirmou. “Tem muito valor para ser gerado em outras frentes, como estrutura de capital, e pode ser maior do que o crescimento [da empresa] em si”, acrescentou.

Gontijo contou que a companhia tem sido muito buscada para operações de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), e que pretende crescer ao mesmo tempo em que opera com um balanço “mais enxuto”, com patrimônio líquido menor, o que pode gerar mais excedentes a serem divididos com os acionistas.

“Vocês nunca nos viram segurar capital sem necessidade na empresa, vamos continuar nessa linha”, disse, ao ser perguntado sobre dividendos. A Direcional distribuiu R$ 357 milhões apenas no terceiro trimestre.

Ainda de acordo com ele, a capacidade de distribuição tem sido grande porque a incorporadora tem operado com alavancagem baixa — tem 4,1% de dívida líquida sobre patrimônio líquido — e sem queima de caixa. No terceiro trimestre, houve geração de caixa de R$ 33 milhões.

“Qualquer geração excedente deveria ir pro acionista. É discussão para se ter no conselho, mas é como a nossa cabeça está operando no momento”, afirmou.

Minha Casa, Minha Vida

No programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV), Gontijo afirmou que o fato do orçamento estar sendo totalmente executado dá pouca margem para mudanças que ampliem a acessibilidade financeira ao consumidor, mas ele ressaltou que isso também não está sendo necessário. No acumulado do ano, a Direcional ampliou suas vendas em 71%, para R$ 3,6 bilhões. “Está tendo demanda nas condições atuais.”

O que também tem ajudado a operação da empresa é a modalidade “Cidades” do MCMV, na qual estados e municípios oferecem subsídios adicionais ao programa federal.

Com o subsídio extra, a Direcional conseguiu fechar nove vendas de apartamentos para famílias que ganham apenas um salário mínimo, algo que antes seria impossível, segundo Gontijo. “Aumenta muito o mercado onde conseguimos trabalhar, nossa velocidade de venda sobe muito”, afirmou.

*Com informações do Valor Econômico

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