Dados vazados da Disney revelam segredos estratégicos e financeiros

Arquivos vazados incluem detalhes sobre receita gerada por produtos como Disney+ e ESPN+, ofertas de preços dos parques da empresa

Foto: Divulgação
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Números de passaportes de um grupo de trabalhadores da linha de cruzeiros da Disney. Receita de streaming da Disney. Vendas dos passes Genie+ para parques temáticos.

O volume de dados da Walt Disney Co. que foi vazado on-line por hackers há alguns meses inclui uma variedade de informações financeiras e estratégicas que fornecem uma visão sobre as operações da gigante do entretenimento, de acordo com arquivos vistos pelo “The Wall Street Journal”. Também inclui informações pessoais identificáveis de alguns funcionários e clientes.

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Os arquivos vazados incluem detalhes sobre a receita gerada por produtos como Disney+ e ESPN+, ofertas de preços dos parques da empresa e o que parecem ser credenciais de login para parte da infraestrutura de nuvem da Disney.

“Recusamos comentar sobre informações não verificadas que o ‘The Wall Street Journal’ supostamente obteve como resultado da atividade ilegal de um agente malicioso”, disse um porta-voz da Disney.

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Empresa investiga vazamento

A Disney informou aos investidores, em um comunicado regulatório de agosto, que está investigando o vazamento não autorizado de “mais de um terabyte de dados” de um de seus sistemas de comunicação. A empresa disse que o incidente não teve um impacto material em suas operações ou desempenho financeiro e não espera que tenha.

Os dados que uma entidade hacker chamada Nullbulge liberou on-line abrangem mais de 44 milhões de mensagens da ferramenta de comunicação local de trabalho da Disney, o Slack, mais de 18,8 mil planilhas e pelo menos 13 mil documentos PDFs, conforme descobriu o Journal.

O escopo do material retirado parece estar limitado a canais públicos e privados dentro do Slack da Disney, aos quais um funcionário tinha acesso. Nenhuma mensagem privada entre executivos parece estar incluída. O Slack é apenas uma das ferramentas em que os funcionários da Disney se comunicam no trabalho.

Dados vazados não são oficiais

As informações financeiras expostas estavam em documentos compartilhados por funcionários que detalhavam as operações da empresa. Não são dados oficiais do tipo que a Disney divulga a Wall Street e podem não refletir o desempenho financeiro final de um determinado período.

Uma planilha exposta no vazamento parece detalhar a receita gerada pelo Genie+, o passe premium para parques, lançado em 2021. O passe é uma conquista importante do chefe da divisão de parques temáticos da Disney, e os dados ressaltam o quão vital o Genie+ se tornou para o desempenho financeiro dessa unidade.

O arquivo indica que os passes geraram mais de US$ 724 milhões em receita antes de impostos entre outubro de 2021 e junho de 2024 apenas no Walt Disney World, em Orlando.

Informações sobre serviços de streaming

Os documentos vazados também oferecem uma nova visão sobre a receita de streaming da Disney. A empresa não divulga a receita de serviços de streaming individuais dentro de sua unidade de entretenimento direto ao consumidor, que inclui Disney+, Hulu e ESPN+. Alguns investidores têm desejado dados mais detalhados.

Planilhas internas sugerem que o Disney+ gerou mais de US$ 2,4 bilhões em receita no trimestre encerrado em março. Isso representa cerca de 43% da receita que a empresa apresenta para seu negócio de entretenimento direto ao consumidor, que também inclui o Hulu.

A informação destaca o quão significativo é o Hulu como contribuinte de receita, especialmente à medida que a Disney busca comprar a participação da Comcast nesse serviço de streaming, enquanto as duas partes ainda debatem sobre o valor.

Canais de Slack são fonte do vazamento

Alguns canais no Slack contêm informações detalhadas sobre funcionários a bordo dos cruzeiros da empresa, incluindo números de passaportes, detalhes de vistos, locais de nascimento e endereços físicos, além de algumas designações atuais.

Outra planilha continha nomes, endereços e números de telefone de alguns passageiros da Disney Cruise Line. Um arquivo incluía nomes e informações de contato de um grupo de visitantes da Disneyland com reservas em restaurantes.

Outros canais oferecem vislumbres das reações dos funcionários à batalha da empresa em 2022 na Flórida em torno da Lei de Direitos dos Pais na Educação, do governador republicano Ron DeSantis, que restringe o ensino sobre identidade de gênero e orientação sexual para crianças até a terceira série.

Funcionários LGBTQ e líderes de grupos de recursos humanos escreveram cartas ao então diretor-presidente da Disney, Bob Chapek, e a outros membros da equipe expressando frustração com o fato de a empresa não ter tomado uma posição. Mais tarde, a Disney expressou preocupação com as consequências da lei.

Os dados oferecem informações sobre as operações de publicidade da Disney, incluindo gastos de políticos nas plataformas da empresa e debates sobre a aprovação de campanhas publicitárias de rivais como a Netflix.

Grupo hacker que vazou dados é baseado na Rússia

Em julho, o grupo Nullbulge fez o upload dos dados da Disney na internet, onde poderiam ser acessados por qualquer pessoa. Nullbulge não conseguiu dizer quantas pessoas baixaram os dados, pois foram carregados em uma rede de compartilhamento de arquivos descentralizada.

Nullbulge afirma ser um grupo hacktivista baseado na Rússia, que defende os direitos dos artistas, mas pesquisadores de segurança acreditam que o hack foi obra de um único indivíduo baseado nos EUA.

Em uma mensagem direta enviada pelo X em julho, Nullbulge disse que acessou os dados da Disney por meio de um gerente de desenvolvimento de software da empresa, cujo computador foi comprometido.

Com informações do Valor Econômico

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