Dexco vê melhora operacional nas divisões, mas avalia cenário macro como ‘turvo’

A Dexco (ex-Duratex) vê um momento positivo para sua divisão de madeiras, que tem conseguido ampliar as vendas neste ano e subir preços, acompanhando o aumento da demanda pelo material no país. A fabricante de painéis de madeira, louças e metais sanitários e revestimentos cerâmicos fez teleconferência com analistas sobre resultados, nesta quinta-feira (7). No […]

A Dexco (ex-Duratex) vê um momento positivo para sua divisão de madeiras, que tem conseguido ampliar as vendas neste ano e subir preços, acompanhando o aumento da demanda pelo material no país. A fabricante de painéis de madeira, louças e metais sanitários e revestimentos cerâmicos fez teleconferência com analistas sobre resultados, nesta quinta-feira (7).

No terceiro trimestre, a divisão elevou seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado e recorrente em 42%, para R$ 406,7 milhões, na comparação anual. O volume de vendas também subiu 23,7%, para 833,3 mil metros cúbicos.

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Henrique Haddad, vice-presidente da divisão madeira, afirma que a expectativa é terminar o ano ainda em momento positivo, baseado em um consumo que parece “sólido”, com a indústria de móveis “bem posicionada”, apesar da falta de visão dada pelo cenário macroeconômico.

Ele ressaltou que novos aumentos de preço no começo do ano que vem e em meados de 2025 não estão descartados, mas que não podem esquecer que o consumidor tem uma limitação de bolso para adquirir os produtos, embora os grandes investimentos do setor de celulose pressionem o preço da madeira.

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Logo após a divulgação do balanço do terceiro trimestre, nesta quarta-feira (6), a do acervo patrimonial cindido.

Francisco Semeraro, diretor de administração e finanças, afirma que há uma oportunidade de reestruturação, mas que isso não muda as participações dentro do grupo.

A LD Celulose, produtora de celulose solúvel que a Dexco divide com a austríaca Lenzing, passou por um refinanciamento de sua fábrica no trimestre. A nova estrutura financeira, de US$ 1 bilhão, é dividida entre um bônus com vencimento em 2032, de US$ 650 milhões, e outros US$ 350 milhões em empréstimo bancário, com vencimento em cinco anos.

Segundo Semeraro, a nova estratégia “libera mais corda” para a LD gerar resultado e permite uma previsão de início de recebimento de dividendos pelos sócios, algo esperado para 2026.

Metais, louças e revestimentos

No terceiro trimestre, a Dexco também vendeu a sua divisão de chuveiros e torneiras elétricas, comprada pela Zagonel. Raul Guaragna, vice-presidente de louças, metais e revestimentos, afirmou que a área era muito sazonal, com vendas fortes apenas no segundo trimestre, em preparação para o inverno, e tinha “pouco ‘match’ estratégico com o portfólio” da empresa. “Ao tiramos isso, damos foco ao que fazemos bem, que são produtos de metais e louças na Deca”, afirmou.

Na divisão de metais e louças, houve recuperação do volume vendido — o aumento é de 19% no trimestre, para 5,5 milhões de peças — com melhora no mix de produtos e acerto na precificação, segundo o executivo. Segundo Guaragna, o setor de louças passa por uma reformulação interna na fábrica, o que deve levar a uma “melhora importante de margem”.

A área de revestimentos cerâmicos, no entanto, é onde a Dexco vê um “processo de recuperação mais longo do que o esperado”, de acordo com o executivo, com “sinais confusos de demanda”.

Para ele, há influência de um nível de estoque alto por parte dos concorrentes. A divisão teve alta de vendas de 18% no trimestre, para 4,8 milhões de metros quadrados.

Sucessão

A situação macroeconômica, com aumento de juros, é a principal preocupação do presidente da Dexco, Antonio Joaquim de Oliveira, e deixa o cenário “turvo”.

O executivo teve sua sucessão anunciada em outubro. Ele vai atingir a idade limite para ser presidente estatutário, de 65 anos, e será substituído por Guaragna, a partir de abril de 2025.

Segundo Oliveira, deve haver “inibição de novos investimentos e retração do mercado consumidor, que é dependente de crédito no nosso setor”.

A empresa vai tentar capturar o máximo de valor dos investimentos já feitos, disse, e focar em desalavancagem — o indicador, medido pelo endividamento líquido sobre o Ebitda recorrente e ajustado, terminou setembro em 3,10 vezes, recuo ante os 3,47 vezes de setembro de 2023.

*Com informações do Valor Econômico

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