Einstein vai gerar energia própria em sociedade com Engeform
O hospital Albert Einstein se juntou com a com a Engeform Energia, braço de energia do grupo no segmento de renováveis, e migrou para o segmento de autoprodução de eletricidade. Neste segmento, o grupo hospitalar passa a deter uma participação acionária na usina e recebe outorga para produzir energia elétrica destinada a seu uso exclusivo. […]
O hospital Albert Einstein se juntou com a com a Engeform Energia, braço de energia do grupo no segmento de renováveis, e migrou para o segmento de autoprodução de eletricidade. Neste segmento, o grupo hospitalar passa a deter uma participação acionária na usina e recebe outorga para produzir energia elétrica destinada a seu uso exclusivo.
O contrato de autoprodução, com duração de 15 anos, está vinculado ao complexo eólico Serra das Vacas, em Pernambuco, e representa um marco para o setor de saúde, ao ingressar em uma modalidade de contratação de energia que, até então, era predominantemente adotada por empresas com alto consumo energético.
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O consumo de energia do Einstein é de 40 gigawatt-hora (GWh) por ano em todas as 80 unidades, que incluem redes de saúde públicas e privadas, grupo de ensino, pesquisa e inovação. Essa quantidade equivale ao consumo de energia anual de uma cidade de 50 mil habitantes.
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Descarbornização e ESG
O projeto irá suprir cerca de 60% do consumo total de energia da organização e permitirá uma redução de 21% de suas emissões de gases do efeito estufa. Ao Valor, o presidente do Einstein, Sidney Klajner, afirma que o hospital cumprirá uma etapa importante do plano de descarbonização de suas operações, em linha com o compromisso com a Agenda 2030 e suas metas de ESG para o período 2023-2028.
“Estamos avançando na transição energética no mercado livre de energia por meio de diversas iniciativas, como o uso de energia renovável, instalação de placas solares em algumas de nossas unidades e a adoção de práticas de eficiência energética. Agora, identificamos a oportunidade de investir em uma planta de energia eólica em parceria com uma empresa do setor. Com esse investimento, grande parte do nosso consumo será proveniente de fontes renováveis”, afirma.
Klajner lembra que as estimativas apontam que os impactos do aquecimento global e das mudanças climáticas poderão resultar, até 2030, em 250 mil mortes anuais, considerando apenas casos relacionados à desnutrição, malária e doenças transmissíveis. Diante desse cenário, organizações como o Einstein precisam ir além dos serviços de saúde que oferecem, assumindo um papel ativo no enfrentamento dessas novas demandas.
Vantagem econômica
Contudo, outra vantagem de ser autoprodutora é econômica. Para entender esse benefício, em termos comparativos, o consumidor do mercado regulado (aquele atendido pelas distribuidoras) paga uma tarifa superior a R$ 700 por megawatt-hora (MWh) sem tributos, na média, no Brasil.
Um consumidor livre tem tarifa 30% menor. Já um consumidor livre adotando um modelo de energia incentivada (pequenas hidrelétricas, eólica, solar ou térmica a biomassa) consegue mais de 40% de desconto. No caso de autoprodução, a empresa ainda deixa de pagar alguns encargos, o que torna as companhias que adotam este modelo mais competitivas.
Na modalidade de autoprodução, o investimento no parque foi feito pela Engeform e o pagamento é feito pela locação, ou seja, um contrato diluído no tempo. O acontecimento ocorre em um contexto em que este tipo de subsídio sofre críticas do setor elétrico e entra na mira do governo, que avalia restringir, já que o benefício de quem adota é alocado na forma de custos na tarifa de outros consumidores.
No caso do Einstein, a economia será da ordem de R$ 4 milhões por ano, mas, segundo Klajner, o valor será reinvestido em outros projetos e iniciativas institucionais, considerando o caráter filantrópico da organização.
Adesão ao modelo
Gilberto Feldman, CEO da Engeform, e Bruno Santo, diretor de comercialização de energia e de estratégia, explicam que a empresa venceu uma espécie de concorrência para fornecer energia ao Einstein. Eles não veem uma motivação do Einstein por conta apenas do benefício, mas pelo desejo em descarbonizar as operações.
“De uma SPE (sociedade de propósito específico), que tem 45 megawatt de potência, o Einstein vai ficar com pouco mais de 20%. Creio que é a primeira grande rede de hospitais no Brasil a formalizar este tipo de negociação, já que não há informações de outros grupos nesta estrutura”, diz Feldman.
Este modelo de negócios é feito, principalmente, por grandes consumidores de energia, como os setores de mineração, cimenteiras, siderúrgicas. Contudo, Santo acrescenta que vem ocorrendo uma demanda crescente de consumidores de diversos outros segmentos, como saúde e saneamento.
*Com informações do Valor Econômico