Em nova fase, Plano Brasil Digital 2030+ amplia adesão de entidades setoriais
O Plano Brasil Digital 2030+, proposta que nasceu no setor de tecnologia para que o país adote uma estratégia de transformação digital unificada e de longo prazo, passa a contar com a adesão de 14 entidades de outros segmentos econômicos e da sociedade civil, incluindo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação Brasileira de […]
O Plano Brasil Digital 2030+, proposta que nasceu no setor de tecnologia para que o país adote uma estratégia de transformação digital unificada e de longo prazo, passa a contar com a adesão de 14 entidades de outros segmentos econômicos e da sociedade civil, incluindo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), anunciados em evento nesta quinta-feira (28).
Idealizado entre agosto e dezembro do ano passado pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) e pela Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) com a consultoria Oliver Wyman, o plano foi lançado em abril pela Comissão de Tecnologia, Inovação e Transformação Digital (CTITD) do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão. Em junho, a proposta foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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A adesão de entidades de outros setores da economia traz mais força ao projeto, sinaliza o presidente do conselho da Brasscom, fundador e presidente do conselho da Totvs, Laércio Cosentino. “Como a transformação digital acontece em múltiplos segmentos, incluindo saúde e agronegócio, por exemplo, as adesões foram muito bem-vindas”, disse Cosentino, ao Valor.
Em outubro, foi criado um conselho de governança e gestão do plano, contando com representantes da Abes, Brasscom, do Conselhão e das entidades Fiesp, CNI, Febraban e do Centro para Inovação da Educação Brasileira (Cieb). O conselho coordenará as 29 ações previstas pelo plano em seis pilares de atuação: infraestrutura, tecnologias estratégicas, pesquisa e desenvolvimento, educação e capacitação digital, inclusão social e digital e ambiente de negócios.
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A execução do plano inclui indicadores para mensurar os resultados de projetos de transformação digital no país, incluindo as esferas municipal e estadual, explica Cosentino. Esta próxima fase entra em prática no primeiro semestre de 2025.
“Você tem uma série de ações isoladas de transformação digital, que estão caminhando, mas não de forma coordenada. Então, há muita coisa sendo feita em duplicidade”, diz o executivo. “A ideia é canalizar e organizar os investimentos em tecnologia de forma produtiva.”
Do lado do setor privado, o plano é organizar as demandas das empresas e buscar definições junto ao governo sobre diferentes políticas de incentivo fiscal e atração de investimentos em tecnologia. “O setor privado precisa de algumas definições como, por exemplo, sobre a política nacional de data centers e sobre investimentos em inteligência artificial (IA)”, cita Cosentino.
No início do mês, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) informou ao Valor que a pasta trabalha na elaboração de uma política nacional de “data centers” para atrair empresas especializadas e fundos interessados em aportar recursos em centros de dados no Brasil. Segundo o Mdic, a iniciativa “está sendo amplamente discutida no governo e com parceiros dos diversos segmentos associados a esse setor”, mas ainda não tem data de lançamento oficial.
Em IA, a expectativa se concentra no plano do governo federal de investir R$ 23 bilhões, em quatro anos, no desenvolvimento do mercado brasileiro de IA, por meio do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). A expectativa se concentra na validação pela Casa Civil e por outros ministérios para que o decreto do PBIA seja publicado.
Outro desafio na área de infraestrutura é ampliar o volume de chips que se enquadram nos incentivos fiscais previstos pelo Processo Produtivo Básico (PPB), uma contrapartida nos benefícios fiscais que fabricantes de chips e computadores recebem para montar as máquinas no país.
Ampliar o limite de GPUs (unidade de processamento gráfico) que se enquadram nos benefícios do PPB é um tema de conversas da gigante de chips americana Nvidia com representantes do Ministério da Economia, conforme informou o diretor-executivo de vendas corporativas da Nvidia na América Latina, Márcio Aguiar, ao Valor, na semana passada.
*Com informações do Valor Econômico