Pesquisa aponta as equipes que vão dar as cartas no futebol brasileiro nos próximos anos; confira

Clubes da elite do futebol brasileiro faturaram R$ 8,8 bilhões em 2023, 22,2% mais que no ano anterior

O atacante Pedro (ao centro), do Flamengo, comemora gol contra o Millonarios, da Colômbia, em partida válida pela Copa Libertadores da América de 2024 Foto: Gilvan de Souza/Clube de Regatas do Flamengo
O atacante Pedro (ao centro), do Flamengo, comemora gol contra o Millonarios, da Colômbia, em partida válida pela Copa Libertadores da América de 2024 Foto: Gilvan de Souza/Clube de Regatas do Flamengo

Dinheiro não é documento. E, no caso do futebol brasileiro, o faturamento que uma equipe consegue alcançar não é, necessariamente, determinante para o sucesso do negócio como um todo.

Com exceção de Flamengo e Palmeiras, os líderes em termos de torcida e receita no Brasil não conseguem reduzir a qualidade de suas dívidas. Assim, estão fadados a um desempenho dentro do campo aquém do esperado pelos seus fãs.

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Futebol brasileiro: receita das equipes

Em 2023, as equipes de futebol que disputaram a Série A do Campeonato Brasileiro alcançaram receitas totais de R$ 8,8 bilhões. Trata-se de um aumento de 22,2% em relação ao ano anterior.

Quando se exclui o faturamento obtido com a venda de jogadores, categoria chamada de receita recorrente, o faturamento foi R$ 7.216 bilhões. É, também assim, um patamar recorde, 16,4% acima do que se contabilizou em 2022.

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Esse resultado, por sua vez, foi impulsionado, principalmente, pelo crescimento das receitas comerciais e por um aumento significativo na arrecadação de bilheteria. Assim como pelos programas de sócio-torcedor.

Além disso, há de se destacar o retorno à Serie A de clubes tradicionais que disputaram a divisão inferior nos anos anteriores. São os casos do Bahia, do Cruzeiro, do Grêmio e do Vasco da Gama.

Dívidas das equipes em alta

No entanto, a despeito do dinheiro recorde que entrou, o balanço das esquipes que disputam a elite do futebol brasileiro está cada vez mais pintado de vermelho.

Com a justificativa de que precisam ampliar gastos para melhorar a infraestrutura e reforçar os times com jogadores caros, a dívida total dos clubes da Série A chegou a R$ 11,7 bilhões em 2023.

Esse montante inclui pela primeira vez a dívida da Neoquímica Arena, estádio do Corinthians. O time mais popular de São Paulo e o segundo maior do Brasil. Mesmo sem esse gasto, a dívida total seria de R$ 11 bilhões, aumento de 5,7% em relação a 2022.

Os dados são compilados pela 15ª edição do Relatório Convocados, financiado pela gestora Galapagos Capital.

Flamengo e Corinthians

Na atual edição, algumas novidades, como o forte crescimento das receitas de arrecadação em estádio e com sócios-torcedores.

Além de algumas tendências que se mantém, como o fato de Flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras, pela ordem, acumularem quase a metade da receita das equipes que disputaram a Série A do Campeonato Brasileiro. No ano passado, 43% do arrecadado na elite do futebol nacional ficou concentrado no quarteto.

Flamengo e Corinthians não conseguiram reverter a liderança com conquistas. Embora, diga-se de passagem, o Flamengo obteve resultados esportivos mais destacados do que a equipe do Parque São Jorge.

Equipes do futebol brasileiro

“O que a pesquisa mostra é que esse discurso de que investimento é fundamental para obter resultados no futebol está caindo por terra”, afirma César Grafietti, consultor independente e pesquisador responsável pelo Relatório Convocados.

Segundo ele, os resultados financeiros começam a impactar a resposta dos times de futebol, o que pouco a pouco vai aproximando o perfil do torcedor à forma como o investidor olha o mercado.

“Os times com gestão mais eficiente, com uma qualidade de dívida superior, são os que dominam as competições. Não é por outro motivo que o Flamengo e o Palmeiras estão dominando as competições nos últimos anos”, afirma o especialista, que também é colunista da Inteligência Financeira.

“O que a planilha indica é que, ao menos nos próximos anos, se não houver uma mudança forte de cenário de finanças, Flamengo e Palmeiras devem continuar dominando as competições que disputam”, diz Grafietti.

Capacidade financeira

A análise das últimas edições da pesquisa também revela que para estar entre os cinco primeiros colocados da Série A, um clube precisa faturar cerca de R$ 620 milhões.

Em 2023, Grêmio, Atlético MG e Botafogo se destacam por alcançarem essas posições com receitas abaixo de R$ 450 milhões. Enquanto Corinthians e São Paulo, apesar de faturarem mais, precisam ajustar suas finanças para manter a competitividade e reduzir o endividamento.

“O Grêmio, mesmo com as finanças indo bem, caiu em 2021. Mas voltou em 2022 e em 2023 ficou na vice-liderança do campeonato. Isso mostra como o equilíbrio de dívida é crucial”, diz Cesar Grafietti.

Com dívidas em alta, os clubes da Liga Forte União tiveram de vender parte de seus recebíveis futuros. A análise dos números mostra que praticamente todos os clubes da LFU usaram os recursos adicionais para cobrir necessidades de caixa de 2023 ao invés de liquidar dívidas ou reforçar o seu caixa.

Perfil dos torcedores das equipes do futebol brasileiro

Em termos de torcida, o ano de 2023 também marca a volta do público aos estádios, revelando aumento de 44% na arrecadação com bilheteria e sócio-torcedor.

O relatório também aborda o perfil dos torcedores brasileiros, com 79% indicando o futebol como esporte favorito e 34% afirmando que fazem apostas esportivas.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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