A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), que representa as principais empresas de vales-alimentação e refeição do país, discorda da proposta apresentada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) para a reestruturação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), na tentativa de reduzir a inflação alimentar.
Segundo a Abras, reestruturar o PAT poderia permitir o fim da cobrança de altas taxas, pagas pelas lojas, sobre a venda de produtos por meio de cartões de benefícios de alimentação e refeição-convênio. Uma cobrança menor poderia ser revertida em margens melhores e em menor repasse a preços.
“É falaciosa a argumentação da Abras de que a criação do PAT e-social geraria economia da ordem de R$ 10 bilhões anuais e reduziria a inflação. O montante anual de vales-alimentação e refeição utilizados e as taxas cobradas pelos facilitadores (empresas de vale-refeição e alimentação) mostram que a estimativa apresentada é fictícia, enviesada e, mesmo que fosse correta, irrelevante frente ao faturamento total anual do setor supermercadista, em montante superior a R$ 1 trilhão”, disse a ABBT, em nota.
A associação disse, ainda, que a transferência do programa para uma instituição financeira pública, que não tenha como foco atual a operacionalização do PAT, poderia desestabilizar o programa.
“A ABBT tem todo o interesse em colaborar com o governo federal para encontrar soluções que enderecem os desafios econômicos do Brasil […]. Entretanto, se opõe à proposta de desmantelamento do PAT apresentada pela Abras, pois não contribuirá para a redução de preços dos alimentos”, conclui.
*Com informações do Valor Econômico
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