Novo consignado será o Pix dos empréstimos e pode atingir R$ 200 bi, diz CEO do Santander

O empréstimo consignado para o setor privado pode crescer cinco vezes no Brasil e atingir cerca de R$ 200 bilhões, disse o presidente-executivo do Santander Brasil (SANB11), Mario Leão.
“Tenho a visão de que esse produto pode ser para o crédito o que o Pix foi para pagamentos”, afirmou o executivo a jornalistas nesta quarta-feira (5).
“Muita gente que hoje tem crédito escasso e caro vai ter mais empréstimos e mais barato”, acrescentou Leão.
Seus comentários vêm na esteira de negociações do governo federal com bancos para lançar uma plataforma que facilitará o acesso do setor privado ao consignado.
Atualmente, o Santander se apresenta como líder no consignado privado, com carteira aproximada de R$ 30 bilhões. Isso de um mercado total de R$ 40 bilhões.
O presidente do maior banco estrangeiro no País, entretanto, se mostrou contrário à ideia do governo, que deseja fixar um teto para a taxa de juros nesta modalidade.
Santander Brasil (SANB11) segue Itaú Unibanco e lança One App
Leão também anunciou o lançamento do One App, que centraliza produtos e serviços para diferentes classes de clientes num único aplicativo.
Nesse sentido, o movimento é similar ao do Itaú Unibanco (ITUB4). O banco lançou seu superaplicativo com meta de ter nele 15 milhões de clientes até dezembro próximo.
“Será uma ferramenta bastante importante”, disse o presidente-executivo do Santander Brasil, Mario Leão, falando a jornalistas.
A expectativa é de que o aplicativo do Santander chegue ao mercado por volta de abril, disse ele.
Segundo Leão, a iniciativa faz parte dos esforços do banco para ganhar eficiência e ter uma oferta mais personalizada por cliente.
ROE cresce em 2025, mas não alcança 20%, diz CEO do Santander
Leão reafirmou a meta do banco de seguir elevando sua rentabilidade para níveis mais próximos dos rivais.
Nesta manhã, o banco anunciou lucro líquido recorrente de R$ 3,85 bilhões no quarto trimestre de 2024, alta de 74,9% em um ano.
A rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido (ROE) chegou a 17,6%, alta de 5,3 pontos percentuais ano a ano.
Enquanto isso, no Itaú e no Banco do Brasil, esse índice é superior a 20%. O ROE mede como um banco remunera o capital de seus acionistas.
Leão descartou, porém, estimativas de que o Santander Brasil atingirá esse nível ainda em 2025. Ao longo deste ano, o banco deve ter crescimento do crédito inferior a 10%, com foco em linhas de melhores retornos.
De outubro a dezembro, a margem financeira – a diferença entre o que o banco paga para captar recursos e o que cobra dos clientes – foi 16% maior.
“Prefiro ser mais rentável do que ser maior”, disse ele.
Por um lado, o executivo admitiu que o cenário macroeconômico é adverso, com possível aumento dos níveis de inadimplência. “Mas não acredito que estejamos para enfrentar uma crise de crédito como foi entre 2021 e 2023”, concluiu o executivo.
SANB11 dispara após resultado acima das expectativas
Por volta de 13h (horário de Brasília), a unit do Santander Brasil (SANB11) disparava 6,9% na B3, a R$ 27,25.
Isso acontecia após a franquia do banco espanhol Santander divulgar resultados acima das expectativas de analistas.
Em relatório, a equipe de analistas do Itaú BBA avaliou que a margem com clientes e as receitas crescentes foram os destaques do trimestre. Em seguida, a casa manteve recomendação outperform (acima da média do mercado) para as ações.
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