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O que faz a Wiz, que pode ser comprada pelo Google por US$ 23 bilhões
A potencial aquisição da startup americana Wiz pela Alphabet, controladora do Google, por US$ 23 bilhões, atraiu os holofotes do mercado em torno da fornecedora de cibersegurança para computação em nuvem.
Fundada em 2020, em Nova York (EUA), a startup oferece softwares que monitoram a segurança de infraestruturas, aplicações e dados de empresas em serviços de nuvem pública.
Nesse tipo de serviço, a carga computacional usada pelos clientes é balanceada entre diversos usuários como em um sistema de compartilhamento de corridas de carro por aplicativo. Quando uma empresa não está consumindo processamento da nuvem, outra está, e o usuário paga pelos dados que consome. Já no modelos de nuvem privada, o cliente paga por uma infraestrutura computacional dedicada, mesmo que não use toda a capacidade contratada.
A migração massiva de infraestruturas, aplicações e softwares corporativos para os serviços de nuvem pública exige segurança redobrada nesses ambientes.
A Wiz informa vasculhar mais de 230 bilhões de arquivos de clientes na nuvem por dia. Isso inclui a segurança da base de código de um cliente, de seu departamento de engenharia e de funções como gerenciamento de identidade e inteligência artificial (IA).
A startup cita entre seus clientes o banco Morgan Stanley, a montadora BMW, os grupos Colgate-Palmolive, de produtos de higiene, e a varejista Carrefour.
Para a Alphabet, a aquisição da Wiz pode elevar a confiança, a receita e a participação de mercado do serviço de nuvem Google Cloud, bem como de suas aplicações de IA generativa.
Divisão do mercado de nuvem
No primeiro trimestre, a AWS, divisão de negócios de nuvem da Amazon, contava com 31% do mercado de nuvem pública global, seguida pela Microsoft (25%) e pelo Google (11%), segundo dados da consultoria Synergy Research.
Se concretizada, esta será a maior aquisição feita pela Alphabet, superando os US$ 12,5 bilhões injetados na compra da americana Motorola Mobility em 2012.
Além do Google Cloud, a plataforma da Wiz é compatível com grandes fornecedores de serviços de nuvem do mercado como AWS, Microsoft e Oracle.
Tanto o Google como a Microsoft oferecem páginas com tutoriais em português do Brasil sobre os serviços da Wiz em suas plataformas de nuvem, respectivamente Google Cloud e Microsoft Azure. Procuradas sobre a oferta de serviços da Wiz no país, as empresas responderam que “não comentarão o assunto”.
A ideia da Wiz é monitorar toda a cadeia de informações na nuvem e fornecer aos clientes um contexto suficiente para que entendam quais problemas e vulnerabilidades abordar, informou o vice-presidente de tecnologia e cofundador da empresa, Ami Luttwak, em entrevista ao “The Wall Street Journal”, em maio.
À época, o presidente e cofundador da Wiz, Assaf Rappaport, anunciava a sexta rodada de captação de investimentos da companhia e seu interesse na abertura de capital em bolsa.
Desde sua criação, a Wiz levantou US$ 1,9 bilhão de 18 investidores. Entre eles, os fundos de investimentos Howard Schultz, Index Ventures, Sequoia Capital, Andreessen Horowitz e Thrive Capital.
A startup americana também fez duas aquisições. Em março, comprou a Gem Security, especializada em detecção e resposta a ameaças na nuvem, por US$ 350 milhões. Em dezembro de 2023, adquiriu a empresa israelense Rafft, que oferece uma plataforma de segurança para que desenvolvedores criem softwares de forma colaborativa. O valor não foi revelado.
Os concorrentes
A Wiz não atua sozinha no mercado de segurança para a nuvem. Considerando somente startups, as americanas Twistlock, de Portland, e CloudPassage, de São Francisco, oferecem propostas similares às da Wiz, e são empresas de menor porte, informa a plataforma Crunchbase.
Wiz tem homônima no Brasil
A Wiz conta com escritórios nos Estados Unidos, em Israel e não possui subsidiária no Brasil, mas tem uma homônima no país.
A seguradora brasileira Wiz Co. nasceu em 1973 com o nome de Fenae Corretora e abriu seu capital em 2015. Recentemente, a companhia entrou na área de cibersegurança, mas com o olhar para a oferta de seguros contra ciberataques.
No primeiro trimestre, a Wiz brasileira apresentou receita líquida consolidada de R$ 231,7 milhões, resultado 8,9% superior ao informado um ano antes. O lucro líquido atribuído aos controladores foi de R$ 37,5 milhões, alta de 168,6% em base anual, segundo o balanço divulgado pela empresa.
Com informações do Valor Econômico
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