Paulo Correa, CEO da C&A, fala sobre a estratégia da varejista para o próximo ‘sprint’ de vendas

A Inteligência Financeira conversou, em Nova York, com Paulo Correa. Na entrevista, ele fala como vê o futuro do negócio e o impacto nas ações da C&A

Paulo Correa, presidente da varejista de moda C&A (CEAB3), se diz um entusiasta da tecnologia aplicada às decisões de negócios. Como exemplo, ele cita a modernização dos centros de distribuição da C&A e a tecnologia que permite a precificação dinâmica dos mais de 50 mil SKUs (diferentes itens do estoque).

“Hoje temos uma máquina analítica mais forte, com modelos e algoritmos preditivos”, diz. Com isso, ele conta que a C&A consegue adaptar cada loja para refletir as preferências locais de seus consumidores. É daí, segundo ele, que virá o próximo ‘sprint’ de vendas.

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” A gente toma diariamente decisões de preço em cada produto, em cada loja, o que antigamente não era possível”, diz. A C&A tem hoje mais de 334 lojas em 150 cidades. Paulo vê a localização das lojas, em shopping centers, como um diferencial da C&A. “Estamos nos melhores lugares”, diz ele.

Inteligência Financeira conversou, em Nova York, com Paulo Correa, que participou da Itaú BBA CEO Conference. Na entrevista, Paulo fala como vê o futuro do negócio e o impacto nas ações da C&A.

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Paulo Correa, CEO da C&A, em entrevista à Inteligência Financeira.

Alavancas de valor da C&A

Paulo conta que a varejista soube trabalhar seus pontos fortes para construir valor no tempo. Ainda assim, afirma que as novas apostas precisam frutificar para a empresa continuar crescendo.

“No IPO, tínhamos uma tese de que a marca, amada pela população, o portfolio de ativos, a localização das lojas e o investimento corretos em algumas frentes seriam alavancas de geração de valor”, diz.

A C&A abriu seu capital em outubro de 2019 e conseguiu levantar R$ 813,7 milhões em sua oferta de ações inicial. O valor de cada ação saiu a R$ 16,50. Atualmente, a empresa negocia suas ações a R$ 9,61.

Paulo vê como atuais alavancas de crescimento da empresa a sua capacidade de dar crédito ao consumidor, a abertura de novas lojas, a dinâmica da distribuição de produtos (logística) e a digitalização do negócio.

Ainda assim, a ação da C&A tem enfrentado resistência para ganhar valor.

Segundo os analistas do Itaú BBA, a varejista pode ter dificuldade em sustentar um desempenho sólido tanto em 2024 quanto em 2025. “Outras varejistas começam a expandir suas carteiras de crédito”, observam, em relatório, os analista do Itaú BBA.

Dessa maneira, após um forte desempenho das ações nos últimos meses, vemos as ações sendo negociadas a 13 vezes o P/L em 2025, implicando um prêmio relativo.

Efeito enchentes no Rio Grande do Sul

Assim, para os analistas, os desarranjos da economia gaúcha também obrigaram as empresas a tomar medidas emergenciais.

Por exemplo, a busca de novas rotas de entrega e o fechamento de lojas danificadas pelas enchentes.

Além disso, as varejistas estão tendo de repensar sua produção e replanejar estoques.

A região sul responde pela segunda maior fatia no consumo das famílias no país, com 18,3% do bolo. A região só perde para a Sudeste, que responde por 49% do consumo.

Os dados são da “IPC Maps”, com dados de 2023.

Ou seja, as varejistas de moda terão de criar novas soluções para endereçar eventuais quedas no consumo no segundo maior mercado do país.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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