Veja as apostas da Positivo (POSI3) para virar uma big tech brasileira

Segundo o vice-presidente financeiro da Positivo, Caio de Moraes, empresa mira um mercado avaliado em R$ 36 bilhões no Brasil

Estande da Positivo (POSI3) em evento. Foto: Divulgação
Estande da Positivo (POSI3) em evento. Foto: Divulgação

A Positivo (POSI3) deu nesta segunda-feira (3) mais um passo no plano para se tornar uma espécie de shopping center de tecnologia.

A companhia anunciou a incorporação da Algar Tech MSP, reforçando a guinada dos últimos anos para depender cada vez menos da venda de computadores pessoais para centrar seus esforços na prestação de serviços para o público corporativo.

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Pelo negócio, anunciado em março, a Positivo aceitou pagar R$ 190 milhões à vista, mas poderá desembolsar outros R$ 45 milhões dependendo do resultado de objetivos estabelecidos.

De saída, a aquisição leva para dentro da compradora uma receita extra anual de cerca de R$ 450 milhões, quase 10% do faturamento da Positivo.

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Segundo o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Positivo, Caio de Moraes, a transação abre as portas da companhia para um mercado avaliado em R$ 36 bilhões no Brasil.

Por trás das cifras, entretanto, está um plano maior de mudar a percepção do mercado e do público em relação ao que a Positivo faz.

“A compra da Algar nos torna uma one stop shop“, disse Moraes, citando um jargão do mercado que refere-se a uma espécie de shopping center de tecnologia, onde se compra de tudo: hardwares, softwares, serviços de gestão, manutenção, implementação de redes, soluções de computação em nuvem e inteligência artificial.

Transformação da companhia

Outrora sinônimo de computadores pessoais de preços populares, a Positivo vem desde 2018 agindo para diversificar mais suas receitas.

Nos últimos anos começou a fazer incursões na prestação de serviços para empresas, na venda de urnas eletrônicas, servidores e câmeras de segurança.

No ano passado comprou a SecuriCenter, de equipamentos e soluções para segurança eletrônica.

Mas isso ainda não tem sido suficiente para garantir o crescimento contínuo das receitas.

Para 2024, por exemplo, a Positivo prevê faturamento bruto de até R$ 4,5 bilhões.

Em 2023, com a receita extraordinária de R$ 1 bilhão da venda de urnas eletrônicas, a receita alcançou R$ 4,7 bilhões.

POSI3: receitas previsíveis de longo prazo e menores custos fixos

Agora, com a incorporação da Algar Tech MSP, a Positivo se abre para fazer contratos de prestação de serviços para grandes empresas.

De uma vez, isso tende a garantir receitas previsíveis de longo prazo e menores custos fixos, competindo direta ou indiretamente com gigantes como Stefanini, Sonda e Tivit.

A Algar atua na infraestrutura de computação em nuvem dos clientes, ajudando na implementação de ferramentas e gestão dos gastos.

O plano é levar a Algar para uma base muito maior de empresas que hoje são clientes da Positivo.

Por exemplo, a Algar Tech tem 160 clientes, enquanto a Positivo tem cerca de mil.

A expectativa de Moraes é de que a transação eleve a fatia do setor de serviços na Positivo dos atuais 6% para cerca de 20% das receitas.

Enquanto isso, a venda de computadores, que já foi de quase 100%, hoje está em cerca de 40% e deve continuar caindo.

Mercado de olho

Assim, mesmo com a expectativa de resultados menores da Positivo em 2024 (excluindo Algar), as ações estão entre as de melhor desempenho recente.

No ano até 29 de maio, POSI3 acumula valorização de 37,7%. O Ibovespa tinha perda de 8,55% no mesmo período. A última cotação do papel, que não faz parte do índice, foi de R$ 9,15.

Segundo Moraes, com um modelo de negócios mais estável, a Positivo tende a ter melhor visibilidade entre analistas.

Confira abaixo as recomendações de casas de investimentos que avaliam o papel da Positivo.

CorretoraRecomendaçãoPreço-alvo para
2024 (em R$)
Ágora InvestimentosCompra12,00
BTG PactualCompra13,00
XPCompra10,00
InterCompra13,00
Terra InvestimentosNeutra
UBSCompra14,00
Bradesco BBICompra12,00
CitibankCompra13,00
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