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Recuperação industrial impulsiona resultados da CPFL Energia
A recuperação do setor industrial foi a grande responsável pelos resultados na área de concessão da CPFL, com aumento médio de 4,1%, segundo o CEO da empresa, Gustavo Estrella. O execeutivo comentou os números do terceiro trimestre durante teleconferência, nesta segunda-feira (11).
Praticamente todos os setores tiveram crescimento relevante: o setor químico cresceu 7,9%; o de borracha, 7,4%; e o de veículos, 5,1%. Na visão do executivo, este é um sinal importante de recuperação, já que resultados semelhantes foram registrados em trimestres anteriores.
“Exceto o setor de alimentos, todos os outros apresentaram um crescimento bastante robusto – químicos, borracha, veículos, entre outros, com desempenhos muito positivos. Observamos que este é mais um trimestre com impacto positivo nas condições climáticas, especialmente em São Paulo, onde a temperatura média deste trimestre foi maior do que a do ano passado”, disse Estrella.
Por outro lado, a inadimplência permanece estável, mas em patamares elevados. Um dos motivos é o aumento da tarifa devido à bandeira vermelha, o maior consumo e as dificuldades da empresa em elevar os cortes em comparação com o ano passado.
De acordo com o executivo, uma série de fatores – especialmente eventos climáticos, tanto em São Paulo quanto, principalmente, no Rio Grande do Sul – fez com que a empresa tivesse que reduzir o volume de cortes.
“A expectativa para os próximos períodos é retomar esses volumes [de cortes] e, com isso, ter uma projeção mais positiva no controle da inadimplência. Já começamos a observar um reflexo positivo na queda da inadimplência neste quarto trimestre de 2024. O ano será muito impactado pelos primeiros nove meses, mas percebemos uma tendência mais positiva para a redução da inadimplência nos próximos trimestres.”
Cortes de geração renovável pelo ONS impactaram resultados
Os cortes de geração eólica e solar (“curtailment”, no jargão do setor) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) por falta de demanda tiveram um impacto relevante nos resultados da CPFL, segundo os executivos da empresa.
O apagão do dia 15 de agosto de 2023 deixou o ONS mais conservador, levando-o a limitar a transmissão de energia renovável do Nordeste para o resto do Brasil. Com isso, quase todas as empresas do setor vêm reportando quedas significativas de lucro em seus balanços.
No caso da CPFL, o corte foi de 28%, gerando um impacto de R$ 177 milhões no trimestre. Segundo o CEO, Gustavo Estrella, se não tivessem ocorrido os cortes, a empresa teria registrado um crescimento de 19,5% na geração de energia. “Quando incluímos o efeito do curtailment [corte de geração renovável], esse aumento de 19,5% se transforma, na verdade, em uma redução na geração de 3,7%”, afirmou.
O ONS ampliou a capacidade de escoamento de energia renovável do Nordeste para o restante do país, com a entrada em operação de três linhas de transmissão e uma subestação de energia, mas, de acordo com a vice-presidente de negócios de mercado, Karin Luchesi, a empresa ainda não observou uma redução significativa nos cortes.
“Existiram algumas restrições no Ceará e, no nosso caso específico, acabou aumentando o volume de cortes no Rio Grande do Norte. Isso aconteceu porque um gargalo maior que existia ali no Ceará foi removido, mas isso acabou sendo transferido para outro ponto da cadeia. Então, no Rio Grande do Norte, os cortes aumentaram”, disse.
*Com informações do Valor Econômico
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