Rede D’Or (RDOR3) estuda formas de tornar transplantes mais seguros após infecção por HIV em pacientes na rede pública do Rio de Janeiro
Pacientes que realizaram transplantes nos hospitais do grupo Rio serão revisitados a fim de checar se houve algum tipo de problema
A Rede D’Or (RDOR3) está analisando quais caminhos adotar para seus transplantes após o episódio de contaminação de HIV em pelo menos seis pacientes que receberam órgãos na rede pública de saúde do Rio Janeiro devido a supostas fraudes no laboratório PCS Lab Saleme.
Segundo o médico Tiago Machuca, referência em transplante de pulmão, uma possibilidade que será estudada é refazer os testes. O trabalho de testagem e “match” de órgãos é realizado pela Secretaria da Saúde. Ou seja, as devidas validações já chegam aprovadas no centro que faz o transplante.
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“Talvez tenhamos que criar mecanismos de nova testagem. É um retrabalho, pode tornar o sistema ineficiente, mas não podemos correr riscos”, disse Machuca. Ele passou os últimos 14 anos entre Estados Unidos e Canadá nas principais instituições de transplantes desses países e é um dos médicos brasileiros repatriados pela Rede D’Or para liderar o novo centro de transplantes do grupo hospitalar.
A médica cardiologista Ludhmilla Hajjar, da Rede D’Or, explicou que os pacientes que realizaram transplantes nos hospitais do grupo Rio serão revisitados. A fim de checar se houve algum tipo de problema. Para Ludmilla, a realização de novos testes nos próximos transplantes é um processo complicado. “As pessoas daquele laboratório, que mais se parece uma padaria, precisam ser presas”, disse a médica.
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Transplantes na rede privada
A Rede D’Or inaugurou, nesta terça, um centro para transplantes, cirurgias e atendimentos médicos de alta complexidade. O espaço, localizado no complexo hospitalar Itaim, em São Paulo, recebeu investimento de R$ 25 milhões. A área conta ainda com 12 leitos de unidades de terapia intensiva (UTI).
Atualmente, cerca de 90% dos transplantes no Brasil são realizados na rede pública de saúde. A Rede D’Or quer se tornar referência em casos de transplantes complexos como, por exemplo, de pulmão. Nos Estados Unidos, são realizados 2,8 mil transplantes de pulmão, enquanto no Brasil são apenas 75, por ano. “Se existe essa demanda nos Estados Unidos, há também no Brasil”, disse Machuca.
Os planos de saúde ainda não cobrem transplante de pulmão. Mas segundo o médico a expectativa é que essa cobertura venha ser aprovada como ocorre para os demais órgãos, como rim, fígado e coração. Na Rede D’Or, foram realizadas 14 cirurgias envolvendo pulmão.
Com informações do Valor Econômico