O setor mineral brasileiro teve faturamento de R$ 270,8 bilhões em 2024, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), um aumento de 9,1% em comparação ao ano anterior. O minério de ferro respondeu por 59,4% desse faturamento em 2024, com R$ 160,7 bilhões.
De acordo com divulgação do instituto nesta quarta (5), o Estado de Minas Gerais teve maior participação no total, com 40%, seguido por Pará, com 36,1%, e São Paulo, com 3,8%. A retomada da produção de ouro em Minas Gerais e o aumento da produção de minério de ferro no Estado permitiram um aumento da participação.
Foram exportados cerca de 400 milhões de toneladas de produtos do setor mineral, aumento de 2,6% sobre 2023, que representaram US$ 43,4 bilhões. O minério de ferro representou 68,7% das vendas brasileiras para o exterior.
As importações de minerais caíram 23,1% em 2024 em comparação com o ano anterior, aos US$ 8,5 bilhões.
O Ibram estima aumento de 6,6% em investimentos no setor entre 2025-2029, para US$ 68,4 bilhões. Conforme o presidente do instituto, Raul Jungmann, a previsão de investimentos da Bahia Mineração (Bamin), de R$ 30 bilhões é um dos destaques para essa expectativa.
Governo Trump
Segundo Jungmann, o novo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, deve representar uma troca no uso de minerais críticos, mas a demanda deve permanecer.
“O Brasil deve continuar vendendo minerais críticos para os Estados Unidos, o que muda é o uso. Enquanto no governo de Joe Biden o foco era em transição energética, agora Trump se volta na compra de minerais críticos para o setor de defesa.”
Na visão do presidente do Ibram, outro ponto importante sobre a nova gestão Trump é a tarifação. A depender das próximas medidas tomadas, segundo Jungmann, pode haver um redirecionamento entre as compras e vendas de produtos minerais entre os países, o que pode beneficiar o Brasil. Para o executivo, o Brasil é considerado um fornecedor confiável por muitos países consumidores, o que representa uma vantagem no caso de um chamado “tarifaço” americano.
*Com informações do Valor Econômico
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